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Quebra-ossos. Foto: Richard Bartz/Wiki Commons

Nasceu a primeira cria de quebra-ossos de 2017 na Andaluzia

30.01.2017

A primeira cria de quebra-ossos da temporada de reprodução em cativeiro na Andaluzia nasceu a 28 de Janeiro no Centro de Cazorla (Jaén), com 140 gramas de peso, foi hoje revelado. Esta cria também foi a primeira do ano na rede internacional de reprodução em cativeiro desta espécie na Europa.

 

A cria, à qual foi dado o código BG945, é filha do casal Joseph e Keno, segundo um comunicado da Junta da Andaluzia divulgado hoje. “Poucas horas depois de nascer, já era capaz de manter a cabeça erguida sem problemas, algo que, para um recém-nascido, supõe um esforço muito considerável”, segundo a Junta.

Cria de quebra-ossos. Foto: Junta da Andaluzia

O Centro de Reprodução do Quebra-ossos de Cazorla – a funcionar desde 1996 no Parque Natural das serras de Cazorla, Segura e Las Villas – mantém as suas equipas vigilantes mas, por enquanto, “a ave está a evoluir perfeitamente”.

De momento, a cria está no laboratório do centro e, dentro de seis a sete dias, será adoptada pelo casal Cabús e Corba. A maioria das eclosões no centro acontece no laboratório, “para garantir que o seu desenvolvimento seja um sucesso”. Depois, chega a altura de as crias serem adoptadas por um casal (sejam os pais biológicos ou não) para que complete o seu desenvolvimento no ninho.

O quebra-ossos (Gypaetus barbatus) é o abutre mais ameaçado da Europa. Houve tempos em que era comum em Portugal, mas acabou por desaparecer. Assim como na Andaluzia, devido a envenenamentos e perseguição humana.

Em toda a Europa existem hoje pouco mais de 200 casais, 130 dos quais em Espanha. Desde 1996 está a decorrer na Andaluzia um projecto para estabelecer uma população autónoma e estável na região, cuja peça central é o Centro de Reprodução de Cazorla, gerido pela Fundación Gypaetus. Aqui já nasceram 52 crias de quebra-ossos; a maioria destina-se à liberdade, para reforçar as populações naturais.

No ano passado, o Centro de Reprodução em Jaén conseguiu 14 ovos, dos quais sobreviveram nove crias. Hoje existem sete casais reprodutores naquele centro.

Actualmente estima-se que vivam em liberdade na Andaluzia 15 quebra-ossos, fruto das libertações no âmbito do Programa de Reintrodução do Quebra-ossos, começadas em 2006. Um deles, a fêmea Bujaraiza, esteve em Portugal em Maio de 2015.  Em Abril de 2015, as autoridades confirmaram o nascimento da primeira cria em liberdade na Andaluzia. A maioria das aves que estão a ser seguidas optam por permanecer naquela província.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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