PUB

Fêmea e crias no CNRLI. Foto: Joana Bourgard/Wilder (arquivo)

Nasceram em cativeiro os primeiros linces-ibéricos de 2016

25.02.2016

A fêmea Adelfa deu ontem à luz três crias de lince-ibérico no centro de reprodução El Acebuche (Doñana, Andaluzia), dando assim início à temporada de nascimentos em cativeiro de 2016.

 

Esta é a sétima ninhada de Adelfa, lince com 12 anos de idade que vive no centro de reprodução El Acebuche. Segundo a agência espanhola EFE, as águas romperam-se cerca do meio-dia de quarta-feira. Menos de 20 minutos depois, Adelfa deu à luz a primeira cria, seguida da segunda cinco minutos depois. A terceira não tardou a chegar. Adelfa deu toda a atenção à sua ninhada, lambendo as crias para as limpar e dando-lhes de mamar.

A ninhada de três crias resulta do acasalamento entre Adelfa e o macho Fan, a 22 de Dezembro do ano passado, um dos 23 casais definidos para a temporada de 2016 pelo programa ibérico de Conservação Ex-Situ. No Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, estão formados seis casais: Artemisa e Foco, Fruta e Jabugo, Juromenha e Fresco, Era e Fado, Jabaluna e Enebro e Junquinha e Drago. Jabaluna e Junquinha são fêmeas primeiriças. As cópulas começaram no final de Dezembro e as crias poderão começar a nascer a partir de início de Março.

Além de Silves estão formados casais nos centros de Zarza de Granadilla (cinco), El Acebuche (cinco), Zoobotânico de Jerez (um) e La Olivilla (seis). São esperadas entre 28 e 40 crias este ano.

No ano passado nasceram 61 crias nos cinco centros, o maior número desde que se começaram a reproduzir linces em cativeiro. Desses, 45 estão a ser reintroduzidos na natureza, até Abril.

Hoje mesmo foi libertada a fêmea Marisma na região de Guadalmellato (Córdova), lince nascido a 11 de Março de 2015 em El Acebuche.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Veja aqui as crias de Adelfa em directo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

Don't Miss