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abelha pousada numa flor
Foto: Wilder/Arquivo

Investigadores já sabem como as abelhas escolhem as flores

19.12.2017

Um novo estudo, coordenado por investigadores da Universidade de Bristol, descobriu que as abelhas usam padrões de calor, invisíveis para nós, na altura de escolher as flores, foi hoje revelado.

 

Os investigadores descobriram que há uma grande variedade de flores que, além de produzirem sinais que conseguimos ver e cheirar, produzem ainda sinais que são invisíveis, como o calor.

No mundo secreto das relações entre flores e polinizadores, o calor pode actuar não apenas como suporte de vida mas também como parte de uma imensa variedade de sinalizações que as flores usam para se mostrar e informar os seus insectos polinizadores.

 

Padrões de calor numa flor. Foto: Universidade de Bristol

 

A maioria das flores estudadas – incluindo muitas comuns nos nossos campos e jardins, como as margaridas e as papoilas – têm complexos padrões de calor nas suas pétalas, um espelho dos padrões coloridos que conseguimos ver com os nossos próprios olhos.

Em média, esses padrões são 4 a 5ºC mais quentes do que o resto da flor, apesar de poderem ser até 11ºC mais quentes.

Nesta investigação, os cientistas fizeram flores artificiais que copiaram esses padrões de calor mas não incluíram os padrões de cor correspondentes. Apesar destas flores artificiais nos parecerem idênticas, e de não as conseguirmos distinguir, tal não aconteceu com os abelhões à procura de pólen.

 

Padrões de calor numa flor. Foto: Universidade de Bristol

 

Estes insectos, que visitam uma grande diversidade de flores, conseguiram usar esses padrões para distinguir as diferentes flores e as recompensas que cada uma lhes dava.

“Sabe-se que a presença de múltiplas dicas nas flores melhora a capacidade das abelhas para encontrar pólen de forma eficaz e assim maximizar a quantidade de alimento que podem levar para sustentar o resto da sua colónia”, explicou, em comunicado, a principal autora do estudo, Heather Whitney, da Escola de Ciências Biológicas da Universidade de Bristol.

Mas as “alterações climáticas poderão ter impactos inesperados nestas interações entre abelhas e flores ao perturbar estes padrões de calor escondidos dos nossos olhos”, alertou.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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