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Rela-comum (Hyla molleri). Foto: Ana Ferreira

O melhor da Primavera: os coros das rãs

29.05.2017

Os fenómenos essenciais da vida selvagem para apreciar nesta época do ano. Prepare-se para as sinfonias nocturnas das rãs-verdes, das relas ou dos sapos-corredores. Ana Ferreira e Jael Palhas, do projecto Charcos com Vida, CIIMAR-Universidade do Porto explicam o que está a acontecer.

 

No mundo dos anfíbios, é durante a Primavera que especialmente os sapos e as rãs se tornam mais visíveis e audíveis. Nesta fase, estes animais atingem o seu pico de atividade e cantam à noite para procurarem parceiros e se reproduzirem.

 

Rela-comum (Hyla molleri). Foto: Ana Ferreira

 

Espécies como a rã-verde (Pelophilax perezi), rela (Hyla spp.) ou o sapo-corredor (Bufo calamita) enchem os charcos com uma panóplia variada de sons tão característicos e audíveis que rapidamente nos sentimos envolvidos pela vida do charco. Esta é a forma que os machos encontraram para comunicarem às possíveis parceiras o seu interesse e para provarem que têm melhores atributos que o macho vizinho.

 

Rã verde no charco. Foto: Pedro Alves

 

Assim, não é de estranhar que, durante as visitas noturnas aos charcos, se encontrem pares de rãs ou sapos “abraçados”, significa que estão no amplexo e prontos para se reproduzir. Em espécies com uma reprodução “explosiva”, como o sapo-comum (Bufo spinosus), é comum podermos observar dezenas de machos e fêmeas no mesmo charco.

As temperaturas amenas e os últimos dias de grandes chuvadas do ano criam as condições perfeitas para as espécies que dependem dos charcos, como os anfíbios, invertebrados e plantas aquáticas. Esta é a grande última oportunidade de os charcos encherem até ao próximo Inverno, e não pode ser desperdiçada por anfíbios, invertebrados e plantas aquáticas que dependem destes locais para se reproduzirem e concluírem o seu ciclo de vida.

 

[divider type=”thick”]O melhor da Primavera:

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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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