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O melhor da Primavera: o despertar do urso-pardo e das suas crias

30.03.2020

Apesar de muitas coisas terem parado por estes dias, a Primavera continua lá fora. Na semana passada, o FAPAS espanhol anunciou que as fêmeas de urso-pardo começaram a sair com as crias dos locais de hibernação.

 

“As fêmeas reprodutoras começam já a sair dos locais onde passaram os meses mais frios em hibernação, acompanhadas pelas suas crias, nascidas durante o ano de 2019”, escreve o FAPAS – Fondo para la Protección de los Animales Salvajes numa nota divulgada a 27 de Março.

 

 

“Este ano, apesar das temperaturas terem sido boas já desde o mês de Fevereiro, a actividade das ursas não tem sido muito intensa e a grande maioria preferiu manter-se abrigada nos seus locais de hibernação.”

O urso-pardo (Ursus arctos arctos) tem, normalmente, uma a três crias por ano e que nascem ainda no período de hibernação, dentro da caverna ou de reentrâncias escavadas no solo, sempre em locais de acesso muito difícil e bem escondidos pela vegetação. As crias vão permanecer junto da mãe até terem um ano e meio e pesarem cerca de 40 quilos.

Durante esse tempo, os pequenos ursos são vigiados atentamente pela progenitora, uma vez que podem ser mortos por machos adultos. Mesmo quando já estão longe da mãe, irmãos costumam ficar juntos durante mais alguns meses, até se tornarem solitários.

Estes movimentos foram captados agora pelas câmaras do FAPAS, espalhadas por vários locais de território de urso-pardo.

“O acompanhamento destas crias é importante para conhecer com maior exactidão a evolução reprodutora da população de urso-pardo e confirmar a sobrevivência ou mortalidade das crias”, explica a organização.

O urso-pardo foi declarada espécie Em Perigo de extinção em Espanha em 1989. Hoje distribui-se por quatro comunidades autonómicas – Principado das Astúrias, Cantábria, Castela e Leão e Galiza – em duas populações diferenciadas.

Em Portugal, esta é uma espécie extinta na natureza. Mas em Maio de 2019 foi confirmada a presença de um urso-pardo, um indivíduo isolado, pela primeira vez desde 1843.

Neste curto vídeo do FAPAS podem ver-se as imagens de uma das fêmeas e das crias que nasceram no ano passado.

 

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra aqui sete curiosidades sobre o urso-pardo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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