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Três percursos em Caminha, entre o mar e a montanha

Os correspondentes da Wilder, Cláudia e Vítor, foram até Caminha e fizeram três percursos pedestres que os levaram até à Mata do Camarindo e a paisagens com o rio Minho, estuários e os castros e o Monte de Santa Trega (em Espanha).    

 

 

 

Aproveitando um fim-de-semana primaveril seguimos até Caminha, a vila mais a noroeste de Portugal. Com cerca de 2.500 habitantes é uma localidade pequena mas que nos enche os olhos. O rio Minho está sempre à vista, os montes espanhóis espreitam na outra margem e há arquitectura a não perder, como a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, do séc. XV, a Torre do Relógio mandada erguer por Afonso III de Portugal, e o Forte da Ínsua já na foz do rio, situado numa pequena ilha no meio do mar.

Viajámos de comboio do Porto à estação da Senhora da Agonia e, a partir daí, seguimos a pé até ao Parque de Campismo de Caminha. Nesta altura do ano o parque, situado na Mata do Camarido e a dois passos do mar, é sossegado e agradável.

 

 

No primeiro dia, depois da tenda montada, foi hora de partir para o primeiro trilho. Optámos por fazer o “Trilho por Entre o Mar e a Montanha”, uma rota com cerca de 19 km. Contudo, apesar das indicações, durante parte do percurso perdemos a sinalização de vista, acabando por seguir um caminho secundário e percorrer uma distância um pouco menor.

As vistas panorâmicas são uma das grandes mais valias deste percurso, que nos mostra os estuários do Rio Minho e do Côa, a costa Atlântica e uma vista sobre o Monte de Santa Trega, já do outro lado da fronteira.

 

 

O trilho começa na Mata do Camarido, mandada plantar por D. Dinis e com algumas árvores com mais de 130 anos. Existem sobretudo pinheiros-bravos (Pinus pinaster), mas também sobreiros (Quercus suber), pinheiros-mansos (Pinus pinea) e freixos (Fraxinus excelsior). Subindo à serra, começam-se a ver as giestas em flor (Genisteae) e a carqueja (Baccharis trim).

Já no fim do dia, aproveitámos para explorar a Praia da Foz do Minho onde, apesar da sua incontestável beleza, não podemos deixar de reparar nos plásticos e no lixo que enchem o areal.

 

 

Percorremos ainda parte da ecovia construída junto ao estuário, uma área protegida classificada como Zona de Protecção Especial para as Aves, Sítio de Importância Comunitária, Biótopo CORINE e “Important Bird Area – IBA”. É tida como uma zona de lontras e de grande diversidade de aves, como as garças-brancas (Egretta garzetta), garças-reais(Ardea cinerea), rolas-do-mar (Arenaria interpres), corvos-marinhos (Phalacrocorax carbo) e vários tipos de gaivotas.

 

 

No segundo dia, seguimos até ao centro da vila para apanhar o ferry que nos levaria até “La Paxaxe”, em Espanha, onde seguiríamos até aos Castros de Santa Trega, no alto do seu monte. Este é um dos sítios arqueológicos da cultura castreja mais emblemáticos da zona e terá sido erigido no séc. I a.C. A citânia é de grandes dimensões e pensa-se que terão lá vivido entre 2.000 a 5.000 pessoas. Podemos também visitar o museu, onde podemos ter uma percepção da passagem do tempo e das civilizações dos castros. Salientamos que toda a visita é gratuita para quem sobe a pé a entrada.

 

 

Já no terceiro e último dia, aproveitámos a manhã para mais um pequeno passeio na Mata do Camarido, seguido pelos sete quilómetros junto à costa até Vila Praia de Âncora, onde viríamos a apanhar o comboio de volta ao bulício da cidade.

 

[divider type=”thick”]Leia o blogue da Cláudia e do Vítor

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