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planta com flores roxas
Foto: Joana Bourgard

Sete iniciativas com que pode ajudar os cientistas neste Verão

10.07.2019

Gostava de colaborar em projectos de ciência cidadã que visam conhecer melhor a biodiversidade em Portugal e não sabe como? A Wilder oferece-lhe sete sugestões.

1. Cigarras de Portugal 

Foto: Marcello Consolo/Wiki Commons

Até 30 de Setembro, pode ajudar uma equipa da Universidade de Lisboa a actualizar as informações que tem sobre a situação das cigarras em Portugal, determinantes para perceber quais estão ameaçadas. O último censo oficial de cigarras realizou-se em 2004, quando foram registadas 13 espécies. 

“O seu contributo é importante pois é muito difícil cobrir todo o território português em tão pouco tempo”, apela este grupo de cientistas, na página do projecto no Facebook. “Seja no seu jardim ou cidade, nos seus passeios ao campo ou em férias, se ouvir ou vir cigarras, fotografe e/ou grave e partilhe.”

Saiba mais sobre como participar aqui.

2. Censos de Borboletas de Portugal 

borboleta-zebra
Borboleta-zebra. Foto: Rui Félix

Lançada em Maio de 2019 no âmbito do Plano Europeu de Monitorização de borboletas, esta iniciativa do Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal pede a voluntários que percorram regularmente um percurso fixo com cerca de 1 km, sempre com atenção às borboletas diurnas. 

Objectivo? Ajudar a resolver as lacunas de conhecimento sobre essas borboletas em Portugal, numa altura em que há “notícias alarmantes do declínio de insectos um pouco por todo o mundo”, explicaram os responsáveis do projecto, quando este foi lançado.

Saiba mais sobre como participar no site do Tagis, onde tem acesso a um Guia das Borboletas Comuns de Portugal Continental, e neste artigo da Wilder.

3. GelAVista – Programa de Monitorização de Organismos Gelatinosos

Caravela-portuguesa. Foto: Rhalah

Iniciativa do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o GelAVista já vai no quarto ano desde que foi lançado, em 2016. O objectivo é aprofundar o que se sabe sobre as medusas e outros organismos gelatinosos que andam em águas portuguesas, com a ajuda de todos os cidadãos.

Assim, se encontrar um ou mais “gelatinosos” ao passear pela praia ou de barco, pode fotografá-los e enviar a imagem para o email do projecto ([email protected]), juntamente com a data, hora e local e o número de organismos avistados, que eles respondem-lhe com o nome da espécie. Já está também disponível uma app para sistemas Android.

Saiba o que foi alcançado em 2018, neste artigo da Wilder, e visite o site do GelAVista, tal como a página no Facebook.

4. Grande Caça aos Ovos de tubarões e de raias

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Foto: MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente

Lançada em língua portuguesa este ano, a ‘app’ Grande Caça aos Ovos (“The Great Eggcase Hunt”, na versão original), foi trazida para Portugal pelo projecto Shark Attract e pela Associação para o Estudo e Conservação dos Elasmobrânquios (APECE).

A ideia é procurar ovos de raia e de tubarão, quando estiver na praia, e enviar o registo para uma base de dados internacional através desta ‘app’, que ajuda a identificar qual a espécie a que o ovo pertence e como devemos fazer para o reidratar, entre outras informações. Além de ajudar os cientistas a saberem mais, quem participa fica também sensibilizado para a conservação destes seres marinhos.

Descubra mais sobre a Grande Caça aos Ovos neste artigo da Wilder e visite também o site do projecto internacional (em inglês), da Shark Trust.

5. Plantas Invasoras em Portugal

Mimosa (Acacia dealbata). Foto: Elizabete Marchante

As plantas invasoras são “uma séria ameaça para os ecossistemas”, avisa a equipa responsável pelo projecto Invasoras.pt, ligada ao Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e à Escola Superior Agrária de Coimbra. 

O desafio que lançam a todos os potenciais cidadãos cientistas é colaborar no mapeamento dessas espécies em Portugal, registando as observações através do site ou da ‘app’ desta iniciativa, disponível para sistemas Android. Azedas, canas, erva-das-pampas, chorão-das-praias, mimosa e acácia-de-espigas estão entre as espécies invasoras mais registadas em território nacional.

O site oferece também várias ajudas, incluindo fichas com informação detalhada sobre 65 plantas invasoras em Portugal, que ajudam a identificá-las, e vários desafios para todos os interessados. 

6. Águia-imperial-ibérica

águia-imperial em voo
Águia-imperial-ibérica. Foto: LIFE Imperial

O Life Imperial – Conservação da Águia-imperial-ibérica em Portugal, apoiado por fundos comunitários, trabalha para restabelecer a população nacional de uma das aves de rapina mais ameaçadas da Europa e uma das mais raras do mundo.

Em 2018, havia 17 casais de águia-imperial-ibérica em Portugal, distribuídos pelas regiões da Beira Baixa, Alto Alentejo e Baixo Alentejo. Se estiver numa destas regiões e quiser ajudar a equipa do Life Imperial a conservar as águias-imperiais-ibéricas, pode aprender a identificá-las e enviar o registo de observação caso depare com alguma. 

7. Florestas marinhas

Conjunto de gorgónias da espécie Leptogorgia sarmentosa, na zona da Arrábida.
Foto: Emanuel Gonçalves

 O projecto Marine Forests (ou “florestas marinhas”, em português) quer descobrir onde estão as florestas marinhas em Portugal e por todo o mundo. Estas são compostas por povoações de plantas marinhas, ou por macro-algas, ou ainda por “florestas de animais”, como é o caso de uns corais conhecidos como gorgónias.

“Neste projecto, falamos em geral de espécies marinhas que são fáceis de observar na maré baixa, ou então que são vistas facilmente por quem gosta de usar máscara de mergulho ou de fazer ‘snorkling’ (mergulho com máscara e tubo de respiração)”, explicou à Wilder a coordenadora desta iniciativa de ciência cidadã, Ester Serrão, num artigo publicado em 2018.

Quer participar? Visite o site marineforests.com (em inglês), registe-se, tire fotografias aos organismos de florestas marinhas que encontrar e envie para a equipa, juntamente com o local e data da observação. E se não conseguir identificar a espécie não se preocupe, que eles fazem isso por si.

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Conhece outros projectos de ciência cidadã ligados à biodiversidade que estejam neste momento a decorrer em Portugal? Envie-nos essa informação para [email protected].

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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