António Granado, 58 anos, é professor universitário e faz fotografia nos seus tempos livres, principalmente de aves. “A conservação da biodiversidade é uma tarefa absolutamente fundamental, se queremos garantir o futuro do planeta e deixar aos nossos netos um sítio onde valha a pena viver”, disse à Wilder.
WILDER: De que forma expressa e satisfaz o seu gosto pela Natureza?
António Granado: Faço fotografia, principalmente de aves.
W: Quando é que se começou a interessar pela natureza?
António Granado: O meu interesse pela protecção da natureza vem dos anos 80, altura em que estive ligado ao movimento conservacionista. Fui, aliás, uma das 13 pessoas que assinou (em Outubro de 1985) a escritura de constituição da Quercus. Em 1989, quando me tornei jornalista, deixei para sempre toda a actividade associativa.
W: E porque é que começou a fazer fotografia de aves?
António Granado: Comecei a fazer fotografia de aves porque sempre me interessei por aves. Participei em Censos, fiz centenas de quilómetros para monitorizar ninhos de águia-real (por exemplo), ajudei em muitas iniciativas de contagem de espécies.
W: Que espécies ou locais mais procura ou gosta de observar?
António Granado: O meu sítio de eleição é a Lezíria Grande, em Vila Franca de Xira, principalmente no Inverno, porque está mais próximo de casa e é um sítio absolutamente espectacular em termos de concentração de espécies. Gosto de observar todas as espécies, mas tenho preferência pelas rapinas, ainda que sejam bastante difíceis de fotografar.
W: O que o fascina na natureza e o que esta representa na sua vida?
António Granado: A conservação da biodiversidade é uma tarefa absolutamente fundamental, se queremos garantir o futuro do planeta e deixar aos nossos netos um sítio onde valha a pena viver.
W: Há alguma mensagem que gostaria de deixar aos responsáveis pela conservação da natureza em Portugal?
António Granado: A única mensagem que gostaria de deixar aos responsáveis pela conservação da natureza em Portugal é que não cedam aos interesses do lucro imediato e pensem no bem-estar das gerações futuras. Portugal não é um país grande e não vale a pena tentar competir com países muito maiores, para ver se conseguimos produzir azeite a preços ridiculamente baixos, por exemplo. A agricultura intensiva tem de ser substituída por uma agricultura sustentável, capaz de produzir produtos de alta qualidade e com preço compatíveis com essa qualidade.
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