Afonso Petronilho, 18 anos, vive em Mira e está no primeiro ano da licenciatura de Biologia na Universidade de Coimbra. Faz também voluntariado no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra. Ilustração científica, saídas de campo e estudo de ecossistemas são formas que tem de satisfazer a paixão pela natureza.
WILDER: De que forma expressa e satisfaz o seu gosto pela natureza?
Adoro a natureza. Como tal, tenho várias formas de satisfazer e expressar essa paixão, como a ilustração cientifica, saídas de campo para observação e documentação da biodiversidade e também o estudo de diferentes ecossistemas e das formas de vida que neles habitam. Isso inclui a tentativa da replicar alguns desses ecossistemas em casa, principalmente aquáticos, para trazer alguma dessa natureza para perto de mim e poder assim estudá-la melhor e conviver mais com ela.
Também participo como voluntário e ajudante em alguns projetos e ações de conservação, desde controlo de espécies exóticas a proteção de nativas e divulgação destes assuntos à comunidade.
Que espécies ou locais mais procura e gosta de observar?
Tenho uma grande paixão pelos ecossistemas aquáticos e ripícolas. Adoro principalmente as plantas que se conseguem encontrar nestes ambientes, têm capacidades, modificações e adaptações espetaculares para viverem nessas zonas. Além de serem extraordinariamente belas, apesar de muitas vezes menosprezadas.
Quando é que se começou a interessar por natureza?
Cresci e vivi até aos 7 anos numa casa florestal. Vivia no meio de um pinhal sem mais nenhuma casa por perto. Isso, aliado ao facto de o meu pai ser guarda florestal e a minha mãe professora de Biologia e Geologia – e desde sempre me terem incentivado a “brincar” e apreciar o mundo natural – fez com que eu desenvolvesse uma relação profunda com a natureza, que mantenho até hoje.
O que o fascina na natureza e o que esta representa na sua vida?
Tudo na natureza me fascina. Desde a diversidade de ecossistemas e seres vivos às adaptações que eles têm para sobreviver nos ecossistemas mais remotos e inimagináveis, ao papel que ela tem na nossa vida diária e à sua beleza colossal. Por isso, para mim a natureza é a minha vida. É nela que me refugio quando preciso, é a ela que vou buscar inspiração, é a ela que vou buscar a vontade de viver. A Natureza faz de mim o que sou!
Há alguma mensagem que gostaria de deixar para os responsáveis pela conservação da natureza em Portugal?
Gostaria de dizer a todos os que se esforçam e dão o seu melhor para conservar a biodiversidade do nosso país para continuarem com o espetacular trabalho, mas para tentar abrir mais os olhos do resto do povo português! A consciencialização das pessoas sobre os problemas relacionados com a conservação é algo em que, a meu ver, tem de se apostar muito.
Muitas vezes as pessoas ameaçam a conservação da natureza pura e simplesmente porque não sabem o que estão a fazer. Se todos começarem a por em prática ações com a conservação em mente nas suas casas, jardins, quintais, terrenos, etc., será muito mais fácil conservar e preservar o nosso país e o nosso mundo.
Saiba mais.
Releia aqui um artigo da autoria de João e Afonso Petronilho, pai e filho.
Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.
Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.
Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.
O calendário pode ser encomendado aqui.