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Mais de 3000 cidadãos fazem censo de vida selvagem do litoral britânico

13.01.2016

Mapear a vida marinha ao longo da costa inglesa é o desafio do Capturing Our Coast, iniciativa lançada esta semana aos naturalistas amadores ingleses. O projecto é coordenado pela Universidade de Newcastle e tem o apoio do Museu de História Natural de Londres.

 

Os organizadores querem que esta seja a maior iniciativa de ciência cidadã (citizen science) costeira marinha de sempre no país e, para isso, estão a recrutar e treinar mais de 3.000 voluntários. A formação dos cidadãos será dada por peritos em biologia marinha e está prevista acontecer em sete pontos focais regionais, incluindo nas universidades de Newcastle e Portsmouth.

Aos cidadãos é pedido que recolham dados sobre espécies marinhas, incluindo conchas de caracóis marinhos e algas. Estas informações serão utilizadas para saber de que forma os sistemas costeiros britânicos estão a responder às alterações climáticas, nomeadamente ao aumento da temperatura da água do mar e à acidificação do oceano.

“Estou muito entusiasmada com o (projecto) Capturing Our Coast”, comentou Juliet Brodie, especialista em algas marinhas no Museu de História Natural de Londres, em comunicado. “Participar é uma oportunidade brilhante para as pessoas conhecerem melhor a diversidade e beleza das algas marinhas nas nossas costas. E todos terão a possibilidade de contribuir para o nosso conhecimento científico desses organismos.”

Além disso, “o projecto vai ajudar os cientistas a perceber de que forma podem os cidadãos ajudar na recolha de dados científicos de uma forma significativa”, acrescentou.

“Queremos desenvolver uma rede de cidadãos cientistas que nos possa ajudar a construir uma imagem rigorosa da vida marinha ao largo do Reino Unido”, explicou Heather Sugden, investigadora da Universidade de Newcastle. “Os dados que recolhermos vão ajudar a preencher lacunas como a distribuição geográfica das espécies, o movimento de espécies de águas mais quentes e a ocorrência de espécies exóticas invasoras”, acrescentou.

O projecto é financiado pelo Heritage Lottery Fund e tem a colaboração e o apoio de várias instituições, como as universidades de Portsmouth e Bangor, a Associação escocesa para a Ciência Marinha, a Associação Biológica Marinha do Reino Unido, a Sociedade de Conservação Marinha e o Northumberland Wildlife Trust.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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