Mapear a vida marinha ao longo da costa inglesa é o desafio do Capturing Our Coast, iniciativa lançada esta semana aos naturalistas amadores ingleses. O projecto é coordenado pela Universidade de Newcastle e tem o apoio do Museu de História Natural de Londres.
Os organizadores querem que esta seja a maior iniciativa de ciência cidadã (citizen science) costeira marinha de sempre no país e, para isso, estão a recrutar e treinar mais de 3.000 voluntários. A formação dos cidadãos será dada por peritos em biologia marinha e está prevista acontecer em sete pontos focais regionais, incluindo nas universidades de Newcastle e Portsmouth.
Aos cidadãos é pedido que recolham dados sobre espécies marinhas, incluindo conchas de caracóis marinhos e algas. Estas informações serão utilizadas para saber de que forma os sistemas costeiros britânicos estão a responder às alterações climáticas, nomeadamente ao aumento da temperatura da água do mar e à acidificação do oceano.
“Estou muito entusiasmada com o (projecto) Capturing Our Coast”, comentou Juliet Brodie, especialista em algas marinhas no Museu de História Natural de Londres, em comunicado. “Participar é uma oportunidade brilhante para as pessoas conhecerem melhor a diversidade e beleza das algas marinhas nas nossas costas. E todos terão a possibilidade de contribuir para o nosso conhecimento científico desses organismos.”
Além disso, “o projecto vai ajudar os cientistas a perceber de que forma podem os cidadãos ajudar na recolha de dados científicos de uma forma significativa”, acrescentou.
“Queremos desenvolver uma rede de cidadãos cientistas que nos possa ajudar a construir uma imagem rigorosa da vida marinha ao largo do Reino Unido”, explicou Heather Sugden, investigadora da Universidade de Newcastle. “Os dados que recolhermos vão ajudar a preencher lacunas como a distribuição geográfica das espécies, o movimento de espécies de águas mais quentes e a ocorrência de espécies exóticas invasoras”, acrescentou.
O projecto é financiado pelo Heritage Lottery Fund e tem a colaboração e o apoio de várias instituições, como as universidades de Portsmouth e Bangor, a Associação escocesa para a Ciência Marinha, a Associação Biológica Marinha do Reino Unido, a Sociedade de Conservação Marinha e o Northumberland Wildlife Trust.