Leitores: A importância dos répteis e a lagartixa do mato

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O leitor e fotógrafo de natureza João Serafim mostra-nos as fotografias que conseguiu captar da lagartixa-do-mato perto da Serra do Caramulo e fala da importância desta espécie.

O meu nome é João Serafim, sou do Barreiro/Setúbal e fotógrafo de Natureza e Vida Selvagem; procuro ser um naturalista da fauna e flora.

Já tenho alguns artigos na Wilder e quero aqui deixar mais um contributo da vida selvagem a todos os leitores.

Já contemplo um variado portfolio de vida selvagem e hoje trago-vos a importância dos répteis no nosso dia-a-dia. Hoje vou falar da lagartixa do mato (Psammodromus algirus) que encontrei após vários dias na aldeia Vermilhas/Vouzela, junto à Serra do Caramulo.

Depois de várias horas a caminhar mais de 9km e de muita espera e paciência lá consegui capturar estes magníficos répteis. 

Por entre rochas, trilhos e calor (mês de Agosto) lá fui observando pelas rochas este lagarto a apanhar o seu sol em repouso, mas sempre atento a tudo o que se passava à sua volta.

De entre as muitas espécies de répteis que por aquela zona existem, esta é a que se encontra mais vezes. Mas é sempre necessário chegar com cautela e muito silêncio.

Deixo-vos aqui alguma descrição deste pequeno réptil.

A lagartixa-do-mato (Psammodromus algirus) é um réptil escamado da família dos lacertídeos. Podemos encontrá-la na Argélia, em Espanha, França, Itália, Marrocos, Portugal e Tunísia. Os seus habitats naturais compreendem florestas temperadas, vegetação rasteira mediterrânica, praias arenosas, terra arável, pastos, plantações e jardins rurais. Está ameaçada pela perda de habitat.

O réptil é um grande aliado no controlo de pragas domésticas. As lagartixas alimentam-se de traças, aranhas, pequenos escorpiões, insetos e uma das presenças mais indesejáveis em qualquer ambiente: as baratas.

A Psammodromus algirus alimenta-se fundamentalmente de insetos, mas também ingere formigas, aranhas, pseudo-escorpiões, sementes, frutos e pequenas lagartixas.

A Primavera traz o início da época reprodutiva da lagartixa. A postura vai de Maio a Julho e o número de ovos produzidos pode ir de 2 a 11 ovos em duas ou três posturas distintas. Após 2 a 3 meses de incubação, perto de Agosto ou Outubro, nascem as lagartixas bebés. Estas alcançam a idade reprodutiva ao fim do primeiro e outros casos do segundo ano de vida.

Este réptil está apto a ocupar habitats diferentes. Tanto se pode encontrar em lugares áridos, como as dunas, como em vegetação arbórea ou arbustiva. Mas o seu habitat de excelência são os bosques e matagais mediterrânicos, onde ocupa um lugar no substrato da manta morta.

As principais ameaças que esta espécie sofre estão relacionadas com os predadores naturais e a ações do Homem. Os primeiros são, por exemplo, as raposas, as genetas, as lontras, as cegonhas, as garças, as aves de rapina, os sardões e as cobras. As ameaças por parte do Homem correspondem à mudança do uso dos solos, à desflorestação, ao aumento dos fogos, entre outros.

Contudo, estes fatores ainda não influenciam negativamente o efetivo populacional desta espécie, sendo por isso considerada como “Não Ameaçada” em Portugal. A lista do Anexo III da Convenção de Berna também faz referência a esta espécie.  

Acho que devemos todos ser sensíveis com esta e com as outras espécies de répteis.

Obrigado à Wilder pelo trabalho que tem vido a fazer pela natureza e vida selvagem, muito obrigado e continuem com excelente trabalho.


Pode seguir as descobertas naturalistas de João Serafim no seu site e nas redes sociais Facebook e Instagram.

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