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Gosta de aranhas? Procure estes animais e envie os seus registos para o projecto ibérico Argiopeople

02.09.2022
Aranha-vespa (Argiope bruennichi). Foto: Tiraspolsky/WikiCommons

Uma equipa de investigadores lançou o Argiopeople, projecto de ciência cidadã para conhecer melhor as aranhas do género Argiope e Araneus em Portugal e Espanha, através da ajuda dos cidadãos.

Os investigadores querem identificar as populações, em Portugal e Espanha, de aranhas do género Argiope – em concreto a aranha-vespa (Argiope bruennichi), a aranha cesteira-dos-prados (Argiope lobata) e a aranha cesteira-de-três-faixas (Argiope trisfaciata) – e do género Araneus, centrando-se em duas espécies: aranha tecedeira-de-cruz-cosmopolita (Araneus diadematus) e aranha tecedeira-de-cruz-pálida (Araneus pallidus).

Aranha-vespa (Argiope bruennichi). Foto: Tiraspolsky/WikiCommons

Para isso pedem a ajuda dos cidadãos, para que lhes enviem fotografias destas aranhas. Daí o nome do projecto, que junta o nome de um dos géneros de aranhas (Argiope) a “people” (“pessoas”, em Inglês).

Este projecto surge agora porque, “ao contrário do que se poderia esperar e ainda que sejam muito comuns”, falta informação e investigação sobre estas aranhas, explicou à agência espanhola de notícias EFE José Manuel Vidal-Cordero, biólogo da Estação Biológica de Doñana (EBD-CSIC).

Para muitas regiões ainda são escassos os registos escassos” e falta ainda investigação sobre estes animais.

As aranhas Argiope, também conhecidas como aranhas-vespa por causa das suas cores amarela, preta e branca, podem ver-se de Junho a Novembro, acrescentou Vidal-Cordero. Os machos são mais pequenos do que as fêmeas; eles medem cerca de um centímetro e elas podem chegar aos três centímetros.

Tecedeira-de-cruz-cosmopolita (Araneus diadematus). Foto: Ivar Lepidus/WikiCommons

As aranhas do género Araneus são conhecidas como aranhas-de-cruz por causa do desenho deste símbolo no dorso. Têm o abdómen arredondado e alaranjado e vivem em hortas e jardins, “deslocando-se sobre grandes teias orbiculares”.

Segundo Vidal-Cordero, estas são aranhas facilmente identificáveis por qualquer pessoa, por terem características físicas tão chamativas.

O ecólogo Fernando Cortés-Fossati, da Universidade espanhola Rey Juan Carlos, salientou que as aranhas “são imprescindíveis para o ecossistema” como “predadoras essenciais” e “controladoras de pragas”. Segundo o investigador, “todas as aranhas do mundo comem, em 365 dias, uma quantidade de presas equivalente a 15 vezes o peso da população da Europa e 229 vezes a população de Espanha”, o que supõe cerca de “800 milhões de toneladas” de insectos.

Para participar, basta enviar as fotografias destas espécies, com a data e local onde foram tiradas, para o email [email protected]. Estes dados serão depois inseridos numa base de dados unificada.


Saiba quais as aranhas que os leitores da Wilder têm encontrado desde 2017, no “Que Espécie é Esta?”.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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