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Desenho da semana: cágados a apanhar banhos de Sol

21.05.2018

O ilustrador naturalista Marco Nunes Correia abre os seus cadernos de campo e mostra-nos o que o fascina na natureza portuguesa. São desenhos, esboços ou aguarelas onde regista as estações do ano. Uma por semana.

 

Os cágados-mediterrânicos (Mauremys leprosa) são uma das duas espécies de cágados autóctones de Portugal. As lagoas e os campos da Reserva Natural Local do Paul de Tornada são um refúgio crucial para esta espécie de cágado selvagem.

Em Maio de 2016, o ilustrador Marco Nunes Correia descobriu dois destes belos animais para registar no seu caderno de campo.

 

 

“O cágado estava a apanhar banhos de Sol sobre os bunhos tombados pelos caimões (Porphyrio porphyrio), no Paul de Tornada”, escreveu o naturalista na sua folha de desenho.

Esta imagem, feita a 15 de Maio de 2016, teve duas fases. Primeiro, Marco Nunes Correia fez um desenho a grafite, com o auxílio do telescópio. Depois, pintou o desenho a aguarela. O caderno que utilizou foi um de tamanho A4, com “papel de fraca qualidade, para não me sentir obrigado a fazer coisas bonitas”.

Mais tarde, a 27 de Maio de 2016, o ilustrador regressou ao Paul e registou no seu caderno um outro desenho da mesma espécie.

 

 

Mais uma vez auxiliado pelo telescópio, fez o desenho a cerca de quatro metros do animal, “que tinha apenas cerca de quatro centímetros de diâmetro”. “Registei a cabeça em duas posições diferentes e algumas notas referentes às cores da mesma, para mais tarde colorir.”

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Marco Nunes Correia, de Alcobaça, é professor na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha. É membro do Grupo do Risco e especializou-se em desenho de natureza. 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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