Coruja-das-torres. Foto: Carlos Delgado/WikiCommons

Censo nacional de coruja-das-torres precisa de voluntários para distrito de Lisboa

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Todos os que gostam de aves, e de corujas em particular, estão a ser chamados a participar no censo nacional de coruja-das-torres (Tyto alba), em especial no distrito de Lisboa. As contagens acontecem nos fins-de-semana de 3 a 5 e 10 a 12 de Março. Saiba tudo para participar.

Este censo quer saber quantas corujas existem em Portugal e onde estão, informações cruciais para saber como se está a dar esta espécie no nosso país e como tem vindo a evoluir, explica o Grupo de Trabalho sobre Aves Noturnas da SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Coruja-das-torres. Foto: Luc Viatour/Wiki Commons
Coruja-das-torres. Foto: Luc Viatour/Wiki Commons

Em concreto, são precisos voluntários para procurar coruja-das-torres no distrito de Lisboa (concelhos de Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Cadaval, Cascais, Lisboa, Loures, Lourinhã, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Torres Vedras e Vila Franca de Xira).

Aqui ficam informações úteis para quem quiser participar:

Quando: o censo irá decorrer sobretudo já nos próximos fins-de-semana de 3 a 5 e de 10 a 12 de Março (incluindo as noites de sexta-feira), embora seja possível reforçar estas amostragens noutros períodos próximos (final de Fevereiro até final de Março). Poderá participar em todas as datas em que tenha disponibilidade. Mas os locais amostrados deverão ser diferentes em cada dia de contagem.

O que é preciso fazer: em cada uma das noites visitar uma zona com potencial para coruja-das-torres após o pôr-do-sol (desde 30 minutos após o ocaso até 3 horas depois do mesmo) e registar o número de indivíduos que observe e/ou ouça a vocalizar. Deverá procurar esta ave durante 23 minutos em cada ponto de contagem: 10 minutos de escuta passiva + 3 minutos de playback de vocalizações (as gravações fornecidas têm uma duração de 3 minutos) + 10 minutos de escuta passiva.

Playback de coruja-das-torres

Cada pessoa fica 23 minutos em cada ponto de escuta, podendo fazer entre 1 a 3 pontos de escuta. Cada voluntário pode escolher realizar apenas 1 ponto em uma das noites ou realizar pontos nas seis noites; também poderá fazer mais pontos noutras noites.

Pode submeter aqui os seus registos.

O que registar: deve registar o número total de corujas-das-torres detetadas (visual ou auditivamente), as horas em que observa ou escuta pela primeira vez cada indivíduo e uma estimativa da distância inicial a que cada ave é detetada.

Coruja-das-torres. Foto: Lubos Houska/WikiCommons

Onde: Esses pontos de contagem estão em zonas de habitat mais favorável. Sabe-se, por exemplo, que as corujas-das-torres caçam preferencialmente em áreas abertas – como campos agrícolas, pastagens e florestas pouco densas -, evitando florestas densas e grandes extensões de matos. Ocupam também áreas urbanas, por nidificarem frequentemente em estruturas construídas, sendo muito tolerantes à presença humana.

Prazo importante: contacte até 2 de Março os co-coordenadores do censo no distrito de Lisboa: Ricardo Tomé ([email protected]) e João Falé ([email protected]).

Organizadores do censo nacional: Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e Laboratório de Ornitologia da Universidade de Évora (LabOr-MED).

O que se sabe sobre a situação da espécie: é já ponto assente que “a população de coruja-das-torres está a diminuir”, pois “na última década desapareceu de cerca de metade da área que ocupava em Portugal continental”, alertam os coordenadores do censo. E no arquipélago madeirense, onde esta é a única rapina nocturna, “já não há corujas-das-torres na metade oeste da ilha da Madeira nem nas ilhas Desertas”.


Saiba mais sobre este censo aqui e sobre o que estão as corujas-das-torres a fazer nesta altura do ano aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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