A amêijoa-boa e a amêijoa-branca (esta com mais de 2,5 centímetros), tal como o berbigão, o carapau (mais de 15 cm) e o linguado (mais de 24 cm) são algumas das 25 espécies de marisco e pescado mais abundantes no oceano, capturadas ou criadas de forma sustentável, e por isso as mais aconselháveis para consumo.
É o que se aprende no guia de bolso “S.O.S. Oceano – Sugestões para um Oceano Sustentável”, em formato de cartão, que foi hoje divulgado pelo Oceanário de Lisboa a propósito do Dia Mundial dos Oceanos. O guia foi criado em parceria com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.
Nas 25 espécies que são aconselhadas como “melhor escolha”, figuram desta forma aquelas cuja captura ou criação respeitam o meio ambiente.
Já no que respeita às 21 espécies que são uma escolha “alternativa”, também mencionadas por este guia de bolso, o método de captura ou criação provoca algumas preocupações. É o caso da sardinha (com mais de 11 cm) e do bacalhau – tão conhecido das mesas portuguesas – do cação, garoupa, salmonete (deve ter mais de 18 cm), do robalo (mais de 36 cm) e das raias, entre outros.
Estas 21 espécies são abundantes, mas com poucos adultos em idade reprodutiva, ou sobre os quais a informação é escassa, ou então que têm os habitats em perigo devido à intervenção humana, é explicado no guia.
Espécies a evitar? A sardinha mais pequena (com menos de 11 cm), as lagostas, lagostins e lavagantes, as lulas, o mero e a pescada com menos de 27 centímetros, o salmão de aquicultura intensiva, numa lista de 16 espécies que inclui ainda o atum-albacora e o atum-rabilho (este último quando tem menos de 125 cm ou não ultrapassa os 30 kg de peso).
Aqui, trata-se sobretudo de espécies vulneráveis, demasiado exploradas pela indústria pesqueira e que sofrem uma gestão deficiente, ou com métodos de captura e criação que comprometem os ecossistemas marinhos.
O guia revela também informações úteis para a saúde. Por exemplo, a amêijoa-boa é uma excelente fonte de magnésio. O carapau, a cavala, a dourada (aquicultura) e o robalo são boas fontes de ácidos gordos ómega 3 e têm baixo teor de colesterol.
Já o lagostim, o tamboril, o peixe-espada preto e a tintureira, entre outros, são apontados como espécies que contêm elevados teores de mercúrio, avisa.
O cartão “S.O.S. Oceano” foi hoje distribuído a todos os visitantes que passaram pelo átrio do edifício do Oceanário, entre as 11h e as 12h30 e das 15h às 16h30, mas está também disponível, de forma gratuita, aqui.