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Golfinho marinho mais pequeno do mundo está em perigo

26.05.2015

Os golfinhos de Maui (Cephalorhynchus hectori Maui), os golfinhos marinhos mais pequenos do mundo, correm o risco de se extinguirem nos próximos 15 anos se nada for feito pelo Governo da Nova Zelândia, alertou hoje uma organização ambientalista alemã, a Nabu.

Um estudo recente mostra que neste momento existem em todo o mundo apenas 43 a 47 golfinhos desta espécie, incluindo cerca de 10 fêmeas férteis, principalmente devido aos efeitos negativos da pesca, noticia a BBC.

Os resultados do estudo são hoje apresentados perante um comité científico da Comissão Baleeira Internacional em San Diego, nos Estados Unidos, por Liz Slooten, especialista nos golfinhos de Maui.

O golfinho de Maui é uma subespécie do golfinho de Hector e vive apenas nas águas costeiras da Ilha do Norte, na Nova Zelândia. Quanto ao golfinho de Hector vive nas águas da Ilha do Sul e também corre perigo de extinção, mas existe em maior número.

As duas espécies, que vivem separadas pelas águas tempestuosas do Estreito de Cook, são consideradas os golfinhos marinhos mais pequenos do mundo e podem medir entre 1,2 e 1,4 metros de comprimento.

“Estes novos números são uma forte chamada de atenção: a Nova Zelândia tem de abandonar a sua posição actual, que coloca os interesses da indústria pesqueira acima da conservação da biodiversidade, e proteger os habitats dos golfinhos das redes de pesca perigosas, dos testes sísmicos com canhões de ar [para pesquisa petrolífera] e da extracção de petróleo e de gás”, avisou Barbara Maas, responsável pela área de conservação de espécies em perigo, na Nabu.

As redes de arrasto e as redes de emalhar são algumas das principais ameaças. Os ambientalistas defendem que a pesca deveria ser totalmente banida do habitat onde o golfinho de Maui ocorre, em vez de estar proibida apenas em pequenas áreas.

Um porta-voz do Governo neo-zelandês disse que nada será comentado até o comité científico transmitir as suas descobertas e recomendações, no próximo mês.

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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