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Foto: Programa de Conservação Ex-situ do Lince Ibérico

Três novos linces-ibéricos libertados em Mértola

19.02.2016

O macho Mel e as fêmeas Mesquita e Malva são os três linces-ibéricos libertados hoje no concelho de Mértola, para reforçar o núcleo populacional da região.

 

Este ano já foram libertados em Mértola quatro linces: Myrtilis, Mirandilla, Monfrague (os três a 25 de Janeiro) e Macela (a 8 de Fevereiro). Depois dos três animais de hoje, o plano ibérico de reintroduções de linces para 2016 prevê a libertação de mais dois felinos.

Mel, Mesquita e Malva, nascidos há cerca de um ano, são libertados pelo método de “solta dura”, ou seja, fora do cercado de adaptação, informa uma nota do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). À semelhança do que já vem acontecendo, os linces são “equipados com emissor que permite o seu seguimento e monitorização de movimentos no terreno”, pela equipa do projecto Iberlince.

Os nomes dos linces foram escolhidos pela população, para homenagear o património local.

Este ano, está prevista a libertação de um total de 48 linces-ibéricos em Portugal e em Espanha (Andaluzia, Extremadura e Castela-La Mancha). Na terça-feira passada, dia 16 de Fevereiro, foi libertada Malvasia, na área de reintrodução de Montes de Toledo, em Castela-La Mancha. É uma fêmea nascida no centro de criação em cativeiro de Zarza de Granadilla (Cáceres).

Actualmente, as equipas do projecto Iberlince no terreno acompanham nove linces libertados em 2014/2015 no Vale do Guadiana: Katmandu, Jacarandá, Kempo, Loro, Liberdade, Lluvia, Lagunilla, Luso e Lítio.

Ao mesmo tempo está a decorrer a época dos emparelhamentos e das cópulas nos cinco centros de reprodução em cativeiro, em Portugal e em Espanha. Este ano foram formados 23 casais reprodutores e são esperadas entre 28 a 40 crias.

O lince-ibérico (Lynx pardinus) é uma espécie que, até ao ano passado, estava classificada como “Criticamente em Perigo”. Em Junho de 2015, a União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) passou a espécie para a categoria “Em Perigo”. Dos 52 linces-ibéricos adultos em 2002 existiam 156 em 2012. Hoje serão mais de 300.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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