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Foto: Programa de Conservação Ex-situ do Lince Ibérico

Três linces-ibéricos libertados em Espanha

26.04.2017

Noa e Navío, uma fêmea e um macho, respectivamente, foram libertados ontem de manhã na região de Guadalmellato (Córdova), um dia depois da fêmea Namibia ter sido reintroduzida em Vale de Matachel (Badajoz).

 

Namibia nasceu no Centro de Cria de Granadilla (Cáceres) e foi libertada a 24 de Abril na área do Vale de Matachel, mediante solta “dura”, segundo um comunicado do projecto Iberlince. Nesta zona existem 28 linces-ibéricos, dos quais apenas um é uma fêmea territorial, de acordo com o censo à população deste felino em 2016.

Um dia depois, a 25 de Abril, foi a vez de Noa e Navío. Estes linces foram libertados na zona de Guadalmellato, juntando-se aos quatro animais que já ali foram reintroduzidos este ano.

Os dois animais nasceram em cativeiro no Centro de Granadilla. Agora vivem em Guadalmellato, região onde já existe uma população de 55 linces, dos quais 14 são fêmeas territoriais. Esta população está ligada com a de Cardeña.

Estas reintroduções pretendem recuperar a distribuição histórica do lince-ibérico (Lynx pardinus) em Portugal e Espanha.

Actualmente existem 483 linces-ibéricos na natureza, segundo o censo de 2016. A maioria, 397, está nas populações da Andaluzia (Doñana-Aljarafe e Serra Morena: Guadalmellato, Guarrizas e Andújar-Cardeña). Além destes 397 animais, 19 vivem em Portugal, no Vale do Guadiana; 28 em Matachel (Badajoz), 23 em Montes Toledo (Toledo) e 16 na Serra Morena Oriental.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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