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Nasceram mais quatro linces-ibéricos em Silves

11.03.2016

Uma semana depois do anúncio das primeiras três crias do ano, surge agora a notícia de mais quatro. Fruta pariu quatro crias saudáveis no Centro Nacional de Reprodução de Lince-ibérico (CNRLI).

 

Nas caixas parideiras instaladas nos cercados daquele centro vivem agora sete pequenos linces-ibéricos.

Durante a madrugada de 6 de Março, a fêmea Fruta – que tinha sido emparelhada com o macho Jabugo – pariu quatro crias, um número considerado elevado para uma ninhada; a média é de duas crias.

 

 

Jabugo, um lince de quatro anos de idade que chegou a Silves em 2014 vindo do Centro de Cría de Lince Ibérico El Acebuche, em Doñana (Andaluzia), foi pai pela primeira vez. Fruta já tem experiência e é um lince especial. Este foi o seu sexto parto em Silves e no total já pariu 21 crias. Em 2013 pariu cinco crias, “caso único até ao momento no Programa de Cria de Lince Ibérico”, salienta o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em comunicado.

As quatro crias de Fruta juntam-se às três de Artemisa, nascidas a 3 de Março. Estas “estão aparentemente bem e seguem o seu desenvolvimento normal”, acrescenta o ICNF.

O lince-ibérico (Lynx pardinus) é uma espécie que, até ao ano passado, estava classificada como “Criticamente em Perigo” de extinção. Em Junho de 2015, a União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) passou a espécie para a categoria “Em Perigo”. Dos 52 linces-ibéricos adultos em 2002 existiam 156 em 2012. Hoje serão mais de 300.

A conservação da espécie faz-se a dois ritmos: ex-situ, com a reprodução de linces em cativeiro em Portugal e Espanha, e in-situ, com a recuperação de habitats e a libertação de animais. Neste momento já começou mais uma época de partos nos cinco centros que fazem a reprodução da espécie em cativeiro. Portugal e Espanha definiram 23 casais de linces, seis dos quais foram emparelhados em Silves: Artemisa e Foco, Fruta e Jabugo, Juromenha e Fresco, Era e Fado, Jabaluna e Enebro e Junquinha e Drago. São esperadas entre 28 e 40 crias. A maioria será libertada na natureza em 2017.

No ano passado nasceram 61 crias. Depois de um treino específico para a liberdade, 45 destes animais têm estado a ser reintroduzidos na natureza para reforçar ou criar novos núcleos populacionais.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Veja aqui em directo imagens dos linces no centro de cria de El Acebuche (Doñana).

Conheça as 12 datas que não devemos esquecer na conservação do lince-ibérico.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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