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Pseudoescorpião encontrado na gruta de Vale Telheiro. Foto: DR

Loulé quer classificar gruta de Vale Telheiro como Monumento Natural

13.01.2025

Autarquia vai dinamizar uma sessão pública de esclarecimento sobre a proposta para classificação deste património, considerado um ‘hotspot’ mundial de biodiversidade cavernícola.

Esta gruta, que tem vindo a ser restaurada por cientistas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, está situada na povoação de Vale Telheiro, na frequesia de São Sebastião, no concelho algarvio de Loulé. A área que deverá ser classificada inclui como Monumento Natural de âmbito local, passando a fazer parte da Rede de Áreas Protegidas, inclui ainda um total de 79 hectares à superfície.

Até hoje, os investigadores já identificaram neste local mais de 21 espécies de animais terrestres que vivem unicamente em ambientes cavernícolas, incluindo pseudoescorpiões, minhocas, caracóis, ácaros, aranhas, centopeias, milpés, bichos-de-conta, colêmbolos, dipluros, peixinhos-de-prata e escaravelhos, lembra o município em comunicado.

As espécies ali encontradas têm “características adaptativas únicas” que lhes permitem viver dentro de cavernas e, por isso, estão “entre as mais raras, ameaçadas e desprotegidas a nível mundial”, sublinha a autarquia. Quanto à área à superfície que o município pretende também classificar, é composta na maioria por “uma mancha de matos densos calcários bem conservados, com um índice de biodiversidade muito elevado.”

Com esta classificação, o objetivo é que a gruta e a área em redor passem a “beneficiar de uma figura de proteção legal e de medidas de proteção, conservação e valorização adequadas”, afirma o município. Para isso, será aplicada uma “promoção e gestao integrada da sustentabilidade” deste local, prevendo-se que os proprietários e todos os interessados tenham um “papel essencial” no que respeita ao “equilíbrio necessário entre a presença humana e a conservação dos valores naturais existentes”, acrescenta a autarquia.

A sessão de esclarecimento foi agendada para esta quarta-feira, 15 de janeiro, pelas 18h30, no café “O Pinheiro”, em Vale Telheiro.


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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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