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Já nasceram seis ursos nos Pirinéus este ano

27.08.2015

Dois pequenos ursos-pardos e a sua mãe foram recentemente captados numa fotografia, a preto e branco, no Vale d’Aran, na região da Catalunha, nos Pirinéus. Assim, já nasceram seis ursos este ano naquela região montanhosa, um número recorde.

 

O Conselho Geral do Vale d’Aran (na província de Lleida) acabou de publicar uma fotografia a preto e branco de Hvala – fêmea nascida na Eslovénia e reintroduzida nos Pirinéus em 2006 – e das suas duas crias nascidas neste Inverno, noticia o jornal La Vanguardia. Com estas crias já são seis os nascimentos de ursos registados este ano nos Pirinéus. A fotografia terá sido tirada a 7 de Agosto por câmaras de controlo remoto.

Segundo os técnicos do Conselho Geral do Vale d’Aran, haverá agora cerca de 40 ursos-pardos nos Pirinéus.

O urso-pardo extinguiu-se nos Pirinéus centrais em 1990. Em 1996 começaram os esforços para reintroduzir a espécie com animais vindos da Eslovénia, geneticamente semelhantes aos pirenaicos. Neste momento está a decorrer o projecto europeu LIFE Piros (2014-2018) para “consolidar o futuro do urso-pardo nos Pirinéus num ambiente favorável”, explicam os responsáveis.

O urso-pardo (Ursus arctos) mede entre metro e meio e dois metros. Os machos podem pesar entre 80 e 240 quilos e as fêmeas entre 65 e 170 quilos. É entre Novembro e Dezembro que os ursos começam a hibernar, período que termina entre Fevereiro e Abril.

A população mundial de urso-pardo está estimada em cerca de 200.000 animais. A Rússia tem as maiores populações (estimadas em 120.000 ursos), seguida dos Estados Unidos (32.200, dos quais 31.000 no Alasca) e Canadá (25.000). Há ainda ursos na China e no Japão.

Na Europa, excluindo a Rússia, calcula-se que existam cerca de 14.000 ursos. No Sul da Europa, esta é uma espécie em perigo de extinção, com populações pequenas na Grécia, Cordilheira Cantábrica, Abruzzo, Trentino e Pirinéus. Em Junho, o Ministério espanhol do Ambiente anunciou que a população de ursos na Cordilheira Cantábrica passou dos 70 animais, em 1994, para mais de 200, graças aos projectos de recuperação da espécie.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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