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Investigadores descrevem nova espécie de flor para Portugal e Espanha

28.02.2023

A pombinha-do-guadiana (Linaria pseudamethystea) foi, até agora, confundida com outra espécie. Investigadores espanhóis descobriram que é, afinal, uma espécie nova, endémica do Sudoeste ibérico.

A descrição desta nova espécie de linária (pombinhas) foi publicada a 23 de Fevereiro na revista Phytotaxa por uma equipa de investigadores das Universidades de Granada e Almeria.

Pombinha-do-guadiana. Foto: Miguel Porto/Flora.on

Até agora, a Linaria pseudamethystea – que foi colhida em Portugal pela primeira vez por Friedrich Welwitsch em Maio de 1847 – tinha sido identificada como Linaria amethystea. Antes já tinha sido confundida com L. saturejoides por Pereira Coutinho (1906: 135) e com L. diffusa por Sutton.

Mas um estudo atento permitiu descobrir que era, afinal, uma espécie diferente.

“Entre as diferenças destaca-se o facto de ser totalmente glabra e de ter um padrão reticulado na flor (e não ponteado)”, explicou hoje a Sociedade Portuguesa de Botânica.

A espécie ocorre apenas no sudoeste ibérico, conhecendo-se, em Portugal, no Algarve e Baixo Alentejo interior e em Espanha nas províncias de Huelva e Sevilha. A sua distribuição sobrepõe-se parcialmente à de L. amethystea.

Pombinha-do-guadiana. Foto: Miguel Porto/Flora.on

“Ao contrário do que se poderia imaginar, Portugal é ainda uma fronteira para a descoberta de novas espécies de plantas com flor. A maioria delas aguarda nos Herbários portugueses pelo taxonomista certo”, comentou a Sociedade Portuguesa de Botânica, numa nota publicada no Twitter.

Neste momento, a espécie tem apenas cinco registos no portal Flora-on.

“As pombinhas-do-guadiana estão agora em flor. Convidamos-vos à sua descoberta!”, desafia a Sociedade Portuguesa de Botânica.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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