Desde o início de Março que o jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, passou a ter mais um habitante: um jovem ulmeiro (Ulmus minor) foi plantado próximo da entrada principal do jardim, para tomar o lugar de uma velha árvore da mesma espécie, morta vítima de grafiose.
A nova árvore agora plantada descende de um outro ulmeiro do jardim, como é explicado no site da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), e pode ser encontrada no lado esquerdo do caminho que sobe para a entrada do edifício sede.
Estas árvores de folhas caducas distinguem-se pela sua copa ampla e pelo tronco rugoso castanho escuro, quando já adultas.
Quanto ao grande ulmeiro que antes estava no mesmo local, retirado do jardim no início de Fevereiro, morreu devido a uma doença que afecta os ulmeiros em idade adulta, em especial nas cidades, e para a qual não foi encontrado ainda um tratamento eficaz.
A grafiose do ulmeiro é conhecida desde o início do século passado e é provocada pelo fungo Ophiostoma novo-ulmi. Espalha-se por estas árvores transportada por algumas espécies de escaravelhos, como o Scolytus scolytus, que constroem galerias sob a casca dos troncos para aí depositarem os ovos, trazendo muitas vezes esporos de árvores doentes.
“As árvores ainda vivas no Jardim Gulbenkian foram as que conseguiram resistir durante mais tempo a esta doença europeia que tem dizimado a espécie nas últimas décadas”, adianta a FCG.
Do lado direito do caminho que vai dar à entrada do edifício sede da Fundação, vive aliás outro grande ulmeiro já com várias décadas, que até hoje não foi afectado pela mesma doença.
Esta e outras árvores da mesma espécie, algumas das quais plantadas desde há muitos anos no Jardim Gulbenkian, são dos poucos ulmeiros que ainda hoje subsistem em Lisboa.
Além da idade, deparam-se ainda com outros problemas: a poluição atmosférica típica do centro da cidade e a pouca altura de solo, cerca de 60 centímetros, uma vez que uma boa parte deste jardim é suspenso. Por baixo, está um parque de estacionamento subterrâneo.
Nos anos 80, a grafiose do ulmeiro já tinha sido responsável pela eliminação de uma mata de árvores desta espécie, que na altura existia no jardim.
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