Um lince-ibérico cego, e que até agora tem sido alimentado e guiado pela sua mãe na Serra Morena, em Espanha, foi levado para um centro de recuperação de espécies ameaçadas em Granada, revelou ontem o programa de conservação Iberlince.
A fêmea Nublada, com 17 meses de idade, foi detectada a 5 de Julho pela equipa que faz a monitorização da população da Serra Morena. O animal “apresentava lesões semelhantes com cataratas nos olhos”, segundo um comunicado do Iberlince.
Apesar de ter mais de um ano de idade, Nublada “deslocava-se com a sua mãe e os movimentos eram um pouco estranhos, o que fez suspeitar que a sua capacidade para sobreviver encontrava-se comprometida”, acrescenta a mesma nota.
A equipa de técnicos instalou então uma rede de armadilhas fotográficas para fazerem um seguimento destes linces e reunir a informação necessária. Depois, foi instalado um dispositivo de captura.
Nublada acabou por ser capturada a 13 de Julho, tendo sido levada para o Centro de Recuperação de Espécies Ameaçadas de Granada.
Um especialista em oftalmologia felina comprovou que esta lince estava completamente cega e as lesões na retina são irreversíveis.
O futuro de Nublada ainda não está decidido mas o mais certo será ser “incorporada no programa de criação em cativeiro da espécie”.
Nublada foi uma das 86 crias que nasceram na Serra Morena em 2016, de acordo com o mais recente censo à espécie. Actualmente vivem naquela serra mais de 320 linces-ibéricos, distribuídos pelas populações de Andújar, Cardeña, Villafranca (Córdova), Vilches (Jaén) e Almuradiel (Ciudad Real), incluindo parte dos Parques Naturais de Cardeña (Córdoba), Andújar (Jaén), as áreas de reintrodução de Guadalmellato e Guarrizas e Cuencas del Rumblar.