Foto: Robert Pittman/NOAA

Cientistas surpreendidos por voltarem a observar orcas com um estranho chapéu

Início

Investigadores nos Estados Unidos observaram uma orca com um salmão morto por cima da cabeça, revivendo um comportamento antigo que não era observado desde o final dos anos 80.

De acordo com uma notícia do jornal britânico The Guardian, em outubro foi vista pelo menos uma orca que balançava um salmão morto por cima da cabeça, na costa noroeste do estado de Washington.

Esse estranho comportamento tinha sido registado pela primeira vez em 1987 na costa oeste dos Estados Unidos, quando uma orca fêmea foi observada a usar um “chapéu de salmão” ao longo desse ano. No espaço de poucas semanas, começou a ser imitada por outras baleias do mesmo grupo.

No ano seguinte o fenómeno desvaneceu-se sem explicação, para ressurgir só agora, apanhando os cientistas de surpresa. “Honestamente, não fazemos ideia porque é que isto começou novamente ou porque é que acontece”, disse Deborah Giles, uma investigadora na Universidade de Washington que lidera também a equipa da ONG local Wild Orca.

A equipa acredita que a iniciativa esteja a ser tomada por um animal que já tinha feito o mesmo no final dos anos 80. Quanto aos porquês, afirmam, pode ser que o “chapéu de salmão” possa estar ligado à abundância destes peixes que se faz agora sentir em Puget Sound, área onde foi observado o estranho comportamento. Assim, a orca em causa estará a guardar estes ‘snacks’ para mais tarde.

Nos próximos meses, graças ao uso de drones equipados com câmaras, os investigadores vão tentar perceber melhor a motivação para este fenómeno. E conseguirão também descobrir se mais baleias da espécie vão aderir à mesma “moda”, como aconteceu no final dos anos 80.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

Don't Miss