Num projeto liderado pelos Jardins Reais de Kew, em Inglaterra, cientistas assinalaram pontos negros para a diversidade de plantas.
O artigo com os resultados da análise, publicado na revista científica New Phytologist, destaca locais do planeta onde há uma imensa biodiversidade, mas continua a faltar a informação científica sobre a mesma, desde logo sobre as plantas que ali ocorrem.
Uma vez que estudos científicos concluíram que três em cada quatro espécies de plantas ainda por descrever para a ciência estão hoje ameaçadas de extinção, os novos resultados deverão ajudar os investigadores a definir prioridades no que respeita à recolha e conservação, afirmam em comunicado os jardins botânicos reais.
No âmbito deste estudo, a equipa começou por calcular o número de plantas por “país botânico” (ou território equivalente) que estão hoje por batizar ou mapear. De seguida, essa informação foi cruzada com os 36 ‘hotsposts’ de biodiversidade que a nível mundial são atualmente reconhecidos – considerados pelas suas espécies únicas ameaçadas – e também com a situação política e outros fatores que poderão dificultar a investigação científica a nível local.
A Ásia tropical surge em destaque na lista, representando 44% dos 33 pontos identificados, num total de 14 países/territórios botânicos onde a falta de conhecimento mais se manifesta. Seguem-se a América do Sul e a Ásia temperada, ambos com oito áreas afetadas. Em África, foram identificados dois locais problemáticos, e um outro na América do Norte.
Colômbia, Nova Guiné e as regiões Sul e Centro da China destacam-se como as mais afetadas pela falta de dados geográficos e de plantas descritas para a ciência. Já tendo em conta fatores políticos e ambientais, a equipa identificou seis países onde a realização de tarefas de investigação e de coleta de plantas é mais prioritária: além da Colômbia, também Myanmar, Nova Guiné, Peru, Filipinas e Turquia.
Os resultados deste estudo e a possibilidade de servirem como base para a designação de novas áreas protegidas vão estar em cima da mesa na Conferência das Nações Unidas sobre a Biodiversidade (conhecida como COP16), que se vai realizar de 21 de outubro a 1 de novembro na cidade colombiana de Cali.