O reforço das populações selvagens de lince-ibérico em 2016 vai a meio. É por isso uma boa altura para fazermos um balanço. Aqui ficam os números, os locais e os nomes que o podem ajudar a ficar a par do que se passa lá longe, nos campos e montados para onde está a regressar o felino das barbas.
Linces já libertados:
Este ano, as libertações começaram a 25 de Janeiro. Desde então, os técnicos do projecto Iberlince já reintroduziram 24 linces. Até Abril faltam outros 24 (cinco dos quais em Portugal).
Onde foram libertados:
As reintroduções de lince-ibérico começaram em 2012 na Andaluzia e, em 2014, estenderam-se a outras regiões da Península Ibérica. Este ano, e até agora, o mapa das libertações é este:
Portugal (Parque Natural do Vale do Guadiana): Myrtilis, Mirandilla, Monfrague e Macela
Andaluzia:
- Guadalmellato: Moral
- Guarrizas: Mirinda, Múrtiga, Musaraña, Marismillas
- Doñana-Aljarafe: Montoro
Castela-La Mancha:
- Sierra Morena Oriental: Moraira, Mosquito, Mesta e Medellín
- Montes de Toledo: Malabar, Marchés e Mirabel
Extremadura (Vale de Matachel): Mera, Magacela, Maguilla, Majadal, Mayo, Maraca e Milano
Quantos destes linces nasceram no Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico, em Silves:
Dos 24 linces libertados este ano, sete nasceram em Silves: três foram reintroduzidos na Extremadura (Mera, Magacela e Maguilla), dois em Castela-La Mancha (Marchés e Mesta) e dois no Vale do Guadiana (Myrtilis e Macela).
O que se quer conseguir atingir com estas libertações?
As reintroduções na natureza são uma das partes mais visíveis de um projecto de conservação ibérico que avança em várias frentes, como a melhoria do habitat do lince e a reprodução em cativeiro para aumentar a diversidade genética das populações selvagens. O grande objectivo é recuperar a distribuição histórica desta espécie, ou seja, fazer com que ela regresse aos territórios onde um dia já foi comum. Para já, esta batalha trava-se no Sul de Portugal (Vale do Guadiana) e em três regiões de Espanha (Andaluzia, Extremadura e Castela-La Mancha).
Para que isso seja conseguido, há alguns números cruciais, nomeadamente o número das fêmeas territoriais em idade reprodutiva. As metas do Iberlince são conseguir 70 fêmeas para a Serra Morena (distribuídas em três populações), 25 para Doñana-Aljarafe, 10 para Guadalmellato e 10 para Guarrizas.
Quais as maiores ameaças à conservação do lince-ibérico:
As grandes preocupações são conseguir controlar as doenças do coelho-bravo (a principal presa do lince) e as mortes por atropelamento, caça furtiva e veneno.
[divider type=”thick”]Saiba mais.
Fique a par do que está previsto acontecer este ano e recorde os principais marcos na história da conservação da espécie.
E se quiser ver linces em directo, acompanhe aqui as imagens captadas em tempo real por esta webcam instalada no Centro de Reprodução do Lince-Ibérico em Doñana, no centro El Acebuche. Aliás, foi aqui que a 28 de Março de 2005 nasceram as primeiras crias de lince-ibérico, em cativeiro, no mundo.