As leitoras Dínia Ines e Joana Novais fotografaram vespas maiores que o habitual, em Outubro, e pediram para saber a espécie. Albano Soares responde.
“Tenho encontrado este tipo de vespa (maiores que as comuns), mas só as vejo à noite pois são atraídas pela iluminação do jardim. Não conheço e gostaria de saber se são perigosas ou se são vespas ‘boas'”, explicou Dínia Ines, sobre as vespas que fotografou em Cortelha, na Serra do Caldeirão, Algarve.
Bem mais a Norte, em Marco de Canaveses, distrito do Porto, Joana Novais fotografou também uma vespa diferente, no dia 19 de Outubro.
Nos dois casos, trata-se da Vespa crabro, que é uma espécie autóctone portuguesa. A Vespa crabro encontrada por Joana Novais é um macho.
Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
No caso desta espécie, que também preda abelhas domésticas, a diferença em relação a vespas invasoras – como a asiática (Vespa velutina) – é que evoluiu no território português. Por essa razão, “as abelhas reconhecem-na como predadora e o impacto é mínimo”, explicou Albano Soares, numa identificação anterior.
Segundo o entomólogo, a principal diferença entre a Vespa crabro e a Vespa velutina (conhecida como vespa asiática) “são os segmentos abdominais: quase todos negros na Vespa velutina. Na Vespa crabro só os primeiros são quase inteiramente negros”.
Como a vespa-asiática (Vespa velutina) e a Vespa crabro são ambas espécies com tamanhos grandes, acabam por ser confundidas muitas vezes. O que ajuda a distingui-las, explica, é a cor dos segmentos no abdómen: quase todos negros na vespa-asiática, enquanto na Vespa crabro apenas os primeiros são totalmente negros.
Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.
Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.