Isabel Ferreira tem visto uns insectos a chocarem contra as janelas de sua casa em Arruda dos Vinhos, agora em Novembro, e pediu ajuda na identificação. Albano Soares responde.
“Vivo em Arruda dos Vinhos e estes insectos voadores têm sido a minha companhia durante as manhãs. Dão grandes cabeçadas nas janelas”, descreveu Isabel Ferreira, numa mensagem enviada à Wilder. “Venho ao vosso contacto para saber se conseguem identificar esta espécie e se tenho que ter alguns cuidados adicionais.”
Trata-se de vespa-asiática (Vespa velutina).
Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
Esta espécie invasora, que terá chegado a Portugal em 2011, pela região de Viana do Castelo, neste momento “só não é observada no Alentejo e no Algarve”, explica Albano Soares.
Segundo este entomólogo, num artigo publicado anteriormente na Wilder, “apesar de dolorosa, como a de outras espécies, a sua picada [da vespa-asiática] só se torna potencialmente perigosa se a vítima for alérgica e desencadear um choque anafilático com consequências fatais”. “Como no caso das outras vespas, recomenda-se prudência na aproximação de uma colónia destas espécies”, aconselha.
Ainda assim, é necessário ter cuidado para não a confundir com espécies de vespas nativas de Portugal, como a vespa-europeia, importantes para a manutenção da biodiversidade.
De acordo com a investigadora Maria João Verdasca, num artigo já publicado na Wilder, “todos os avistamentos de ninhos ou das próprias vespas devem ser reportados no portal stopvespa.icnf.pt, onde é possível fazer a georreferenciação da ocorrência, ou então ligar para a linha SOS AMBIENTE (808 200 520) e neste caso o observador será informado do procedimento a seguir para a efetiva comunicação da suspeita”.
É no Outono que decorre a época de acasalamento desta espécie, com o surgimento dos machos e fêmeas reprodutores. As futuras vespas-rainhas, depois de fecundadas, procuram um local para hibernarem durante o Inverno, dando início a uma nova colónia quando voltam os dias mais amenos, em Fevereiro ou Março. Já as obreiras, os machos e a rainha deste ano acabam por morrer quando chegam os dias mais frios.
Agora é a sua vez.
Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.
Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.