O leitor Tiago Pereira avistou uma cobra na Serra da Freita, em Outubro, e escreveu à Wilder para saber a que espécie pertence. O investigador Luís Ceríaco ajuda a identificar.
“Durante uma caminhada na serra da Freita encontrei esta cobra. Tinha cerca de 50 centímetros e apesar de alguma pesquisa não consigo ter a certeza de qual se trata”, explicou Tiago Pereira.
Trata-se de uma cobra-lisa, com o nome científico de Coronella sp.
Espécie identificada e texto por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
Há duas espécies que pertencem ao género Coronella em Portugal: a Coronella girondica, mais comum, e a Coronella austriaca, menos comum e mais restrita ao norte do território português.
A melhor forma de as distinguir é pela coloraçao ventral que apresentam, mas que não é possível distinguir no caso das fotografias enviadas. Além do mais, na zona da Serra da Freita podem ocorrer as duas espécies, pelo que é difícil através destas fotos dizer quem é quem.
A Coronella girondica, conhecida como cobra-lisa-meridional, pode encontrar-se em Portugal espalhada por todo o território continental, embora de forma descontínua, indica o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal. Ocorre numa grande diversidade de habitats, desde áreas mais abertas até zonas com muita vegetação.
Esta cobra é de pequena dimensão, atingindo normalmente cerca de 70 centímetros. O vente apresenta tons claros, mas com pequenas manchas negras. Pode ficar activa durante o ano inteiro e é mais fácil de observar ao final do dia ou durante a noite.
Já a Coronella austriaca, chamada de cobra-lisa-europeia, ocorre em áreas costeiras de influência atlântica, nomeadamente entre a Figueira da Foz e Mira, Granja, e a norte do Rio Douro, em Vairão (Vila do Conde). Segundo o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal, tem sido encontrada também nalgumas serras a norte do Tejo, em especial no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Em território português, esta espécie é considerada Vulnerável no que respeita à sua conservação.
A zona ventral da cobra-lisa-europeia costuma apresentar tons cinzentos ou castanhos, com manchas esbranquiçadas.
[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.
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