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Que espécie é esta: tritão-marmoreado

16.03.2022

A leitora Raquel Rio Novo fotografou estes anfíbios a 13 de Março em Barcelos e pediu para saber a que espécie pertence. Rui Rebelo responde.

“Vivo em Barcelos, distrito de Braga, e tenho visto vários animais no meu terraço e jardim, que creio serem tritões marmoreados. Gostaria de saber mais informações acerca destes animais, como por exemplo se são venenosos. Avistei hoje um com cerca de 16 cm na minha janela. Estes das fotos vi-os em janeiro”, escreveu a leitora à Wilder.

“Queria acrescentar que vivo perto de penedos e água de nascente potável. Creio que o que vi hoje tinha uma espécie de crista ao longo do corpo, de em tons verdes, acastanhado, um fio alaranjado. E deixou em alguns sítios por onde passou uma espécie de espuma.”

Trata-se de um tritão-marmoreado (Triturus marmoratus).

Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Sim, são tritões marmoreados.

Estes animais migram para a água na primavera, para se reproduzir. Neste ano Fevereiro foi já muito quente e parece que alguns acham que a primavera já começou.

As fotos mostram animais com a pele “terrestre” (mais seca, que têm quando vivem em terra). Ter uma crista quer dizer que já está a preparar-se para entrar na água e a pele já começou a ficar mais lisa e brilhante (daí talvez o rasto).

E não são venenosos, mas têm secreções que lhes cobrem o corpo (são secretadas pela pele). Essas secreções têm antibióticos naturais. Não sei de nenhum caso de envenenamento ou sequer mal-estar causado por ter bebido água onde terá nadado um tritão.

Esta espécie só se reproduz na Primavera.

O tritão-marmoreado distribui-se pela Península Ibérica, à excepção do Sudeste, e pelo Centro e Oeste de França.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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