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Que espécie é esta: selas de elfos

22.04.2025

A leitora Paula Silva fotografou estes fungos em Vilarandelo, Valpaços, a 25 de Março, e pediu ajuda para saber a espécie. A associação Ecofungos responde.

“Como sou amante da natureza, adorava que me ajudassem a identificar este cogumelo. Hoje (25 de Março) encontrei vários numa pequena área de um terreno meu. Têm um aroma bastante intenso, mesmo a cogumelo, muito curioso! Estão num terreno de 2 ha que possuo aqui em Vilarandelo, concelho de Valpaços. Onde os vi encontram-se dispersos alguns pinheiros, zimbros, cedros, carvalhos, estevas e algumas plantas de jardim dispersas”, escreveu a leitora à Wilder.

Tratar-se-ão de selas de elfos (Helvella lacunosa).

Espécie identificada e texto por:  Ecofungos – Associação Micológica.

As fotos não são muito claras, pois apenas registaram o himenóforo (parte superior do fungo/chapéu), mas parece tratar-se de uma Helvella lacunosa (sensu lato).

São espécies relativamente comuns, especialmente na nossa ecologia, e em zonas de solos mais franco-arenosos, apesar do seu caráter cosmopolita. (Temos observado esta espécie um pouco por todo o território nacional).

Inserem-se no Filo Ascomycota, na família Helvellaceae. 

A dispersão dos esporos é efetuada pela parte superior do himenóforo. Os esporos encontram-se numas estruturas denominadas por ascos, que contém no seu interior até 8 esporos. Quando atingem a maturidade estes ascoso “disparam” os esporos que depois são dispersos pelos agentes climáticos.

São conhecidos por selas de elfos ou de cavalo, pela forma do himenóforo.

São espécies saprófitas/decompositoras e terrícolas (crescem no solo), de pequena estatura (entre 4 a 8 cm de altura, com 3 a 6 cm de diâmetro de himenóforo; já o pé, de forma cavernosa e tonalidades cinzentas, pode ter entre 3 a 8cm de altura e 1 a 3 cm de largura).


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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