O leitor Cid Nunes fotografou este lagarto a 14 de Junho de 2022 em Assafora, Sintra, e quis saber qual a espécie. Guilherme Caeiro-Dias responde.
Este “lagarto com umas cores fantásticas estava morto no chão”, explicou o leitor à Wilder.
Trata-se de um sardão (Timon lepidus).
Espécie identificada por: Guilherme Caeiro-Dias, primeiro autor do estudo que elevou ao estatuto de espécie a lagartixa-lusitânica (Podarcis lusitanicus), antigo aluno de doutoramento no CIBIO-InBIO, agora a trabalhar na Universidade do Novo México, nos Estados Unidos.
“Na foto vemos um sardão (Timon lepidus). A cabeça parece-me estreita em relação ao corpo, por isso possivelmente é uma fêmea”, explicou Guilherme Caeiro-Dias.
“Enquanto vivo a cor deste animal seria esverdeado, amarelado ou uma combinação de ambos. A coloração dos répteis resulta de complexas interações químicas e físicas (se os leitores quiserem saber mais sobre coloração em répteis fica aqui um link com alguma informação). É normal várias espécie de réptil apresentarem uma coloração azul/azulada após a sua morte. De forma simples a cor azul permanece após a morte porque as moléculas que estão envolvidas na coloração como o verde ou o branco deterioram-me mais rapidamente que as moléculas que envolvidas na coloração azul.
Este é “o maior e o mais robusto dos lagartos europeus”, segundo o guia Anfíbios e Répteis de Portugal. É verde com pintas escuras e ocelos azuis nos flancos. O ventre é branco ou amarelo.
Está activo da Primavera ao Outono.
Podemos vê-lo de Norte a Sul de Portugal continental mas é mais abundante nas zonas montanhosas e rochosas do Norte do país, segundo o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.
A espécie está em regressão por causa da destruição do habitat, fragmentação do habitat e pela actividade agro-florestal intensiva.
Agora é a sua vez.
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