O leitor António Camacho encontrou este anfíbio a 2 de Novembro de 2021 em Vale de Figueira, São João da Talha, e pediu ajuda para saber a espécie. Rui Rebelo responde.
“Ao dar o meu passeio matinal deparei-me com dois destes animalzinhos em anexo esborrachados na estrada. O da foto ainda vivia. Como os desconheço envio-vos a foto, gostava de saber mais sobre estas criaturas mal compreendidas”, escreveu o leitor à Wilder.
Trata-se de uma salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra). Esta espécie tem outros nomes comuns, como saramantiga, saramela e saramaganta. Ou salamandra-do-fogo.
Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Esta é a Salamandra-de-pintas-amarelas, ou saramântiga.
A salamandra-de-pintas-amarelas é uma espécie nocturna.
É ovovivípara (as fêmeas parem larvas já desenvolvidas, ao contrário da grande maioria dos anfíbios, que põe ovos). As larvas em desenvolvimento nos oviductos das fêmeas (equivalente ao útero dos mamíferos) podem variar entre pouco mais que 10 ou até 90! As fêmeas maiores podem parir muitas larvas.
Esta espécie é tóxica por ingestão, provocando vómitos violentos (mas não mata). Isso quer dizer que os cães e gatos que a tentam comer (alguns tentam) nunca mais têm essa ideia após a sessão de vómitos.
A secreção que cobre a pele desta espécie está impregnada com várias substâncias (incluindo a que provoca o vómito). Isso quer dizer que depois de lhe mexer é sempre prudente lavar as mãos com sabão. Mais tarde pode esquecer-se e levar as mãos à boca…
De resto, a espécie é totalmente inofensiva.
Agora é a sua vez.
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