A leitora Vanda Gonçalves quis saber qual é o nome deste animal que uma amiga viu a 1 de Novembro na Vila de Colos, Odemira. Rui Rebelo responde.
“Uma amiga encontrou este animal no seu quintal na Vila de Colos (Odemira) dia 1 de novembro e não sabe que espécie é… E nem eu! Gostaria de vê-la identificada pois sou muito curiosa quanto a espécies que desconheço (fauna e flora). Vivo no Alentejo (Zambujeira do Mar) e sempre estive ligada ao conhecimento empírico de plantas e animais terrestres e marinhos (endémicos e autóctones principalmente) pela mão da minha avó que fez este ano 100 anos! Adoro micologia, por exemplo… Exploro alguma informação científica para documentar e argumentar com outras pessoas em pequenos “debates” locais. Fiz pesquisa no google lens e só me dá correspondências com Liolaemus elongatus, ou Tropidurus etheridgei, os quais são sul-americanos… Assim, espero a identificação do animal, cujo nome desconhecemos. (A foto não é muito boa, mas é a que tenho…)”, escreveu a leitora à Wilder.
Trata-se de uma salamandra-de-costelas-salientes ou salamandra-dos-poços (Pleurodeles waltl).
Espécie identificada e texto por: Rui Rebelo, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
Trata-se de um exemplar de salamandra de costelas salientes (ou salamandra dos poços), Pleurodeles waltl.
Sim, é semelhante a algumas espécies asiáticas e pelos vistos até a lagartos sul-americanos, mas é um anfíbio endémico do sul da Península Ibérica e do norte de Marrocos.
As chuvas deste início de Outono levaram ao início de atividade das salamandras e tritões no sul e é nesta altura que se vêm mais animais destes nas estradas ou em locais pouco expectáveis.
É uma espécie bem gira! Os adultos mais velhos desta espécie são as maiores salamandras da Península Ibérica.
As costelas são mesmo salientes e podem arranhar um pouco se o animal for apanhado pelos flancos (são uma defesa contra a predação).
E todas as salamandras devem estar a adorar toda esta chuva; é a altura em que fazem as suas migrações para a reprodução e aparece em locais inesperados.
Esta salamandra consegue viver na água toda a vida (não se afoga, como a salamandra de pintas amarelas).
Agora é a sua vez.
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