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Que espécie é esta: percevejo da família Coreidae

05.11.2021

A leitora Margarida Costa, educadora de infância em Setúbal, perguntou que espécie é esta que os seus alunos viram a 29 de Outubro. Rui Félix responde.

“Sou educadora de infância em Setúbal e os meus alunos descobriram este inseto. Ficaram muito curiosos porque, segundo eles, parece mesmo uma folha de outono. Agradecemos a ajuda na identificação”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de um percevejo da família Coreidae, sub-família Coreinae, tribo Gonocerini.

Espécie identificada e texto por: Rui Félix, Rede de Estações da BiodiversidadeTagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.

Dentro desta tribo temos:

– Gonocerus acuteangulatus (não será à partida, por não apresentar, entre outras características, marcas escuras na margem lateral do abdómen (conexivo)

– Gonocerus juniperi (não será, porque a forma geral, marcações e coloração, são muito diferentes em relação à espécie fotografada) 

e finalmente, como potenciais candidatos, temos:

– Gonocerus insidiator e

Plinachtus imitator, em que este último “imita” o Gonocerus insidiator.

Ainda que, e com algumas diferenças, ambos apresentem uma projecção em espinho na margem lateral do tórax (pronoto), uma das formas de os distinguir com algum nível de certeza seria, neste caso, pelas marcações na cabeça (foto em baixo).

Características estas não visíveis na foto partilhada.

Resumindo, e para não correr riscos, já que nem a identificação ao género é possível pela foto, responderia que é um percevejo da família Coreidae, sub-família Coreinae, tribo Gonocerini.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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