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Que espécie é esta: orquídea erva-do-salepo

24.03.2021

A leitora Ana Cristina Madeira encontrou esta orquídea a 20 de Março em Bensafrim, Algarve, e pediu ajuda na identificação. Luís Afonso responde.

“Encontrei aquilo que parece uma linda orquídea silvestre. Fotografei-a num vale perto de uma ribeira, em Bensafrim, no Algarve (10 km de Lagos), no dia 20 de março de 2021”, escreveu a leitora à Wilder. 

“Também as avistei meio escondidas entre arbustos, perto da Barragem da Bravura. São muito pequeninas (cerca de 20 cm com o caule) e não são fáceis de encontrar, mas estão agora a florescer. Podem ajudar-me a identificar a espécie?”

Trata-se da espécie Anacamptis morio, da família Orchidaceae, e de nome comum erva-do-salepo.

Espécie identificada e texto por: Luís Afonso, fotógrafo de natureza especialmente dedicado às orquídeas silvestres.

Esta é uma Anacamptis morio, possivelmente a subespécie picta. Esta é uma das espécies cuja identificação é mais difícil e é preciso mais do que uma fotografia de vários ângulos para o determinar com toda a certeza.

De qualquer forma, pelo comprimento do lobo central do labelo (a pétala maior da orquídea) que parece ser mais pequeno que os lobos laterais, o mesmo sugere que seja a subespécie picta.

Em Portugal ocorrem várias subespécies da Anacamptis morio, o que dificulta a sua identificação pelo comum dos naturalistas. As diferenças encontram-se principalmente no labelo, na sua forma e na quantidade de pintas (máculas) que existem na parte central do mesmo.

Esta orquídea floreste entre Março e Maio e encontra-se no Alentejo e Algarve, com algumas populações conhecidas em Trás-os-montes. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


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Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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