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Que espécie é esta: musaranho

07.05.2020

A leitora Maria João Marques fotografou este animal em Serpa, Baixo Alentejo, a 20 de Abril, e pediu para saber a espécie. Joaquim Tapisso responde.

 

“Envio a fotografia de um recém nascido que apareceu esta semana à porta de casa neste estado, pois suponho que tenha sido apanhado pelos gatos. Creio que poderá ser um mustelideo mas não tenho a certeza. Será que me podem ajudar? Geralmente nesta zona – Baixo Alentejo, Serpa – aparecem com frequência raposas, saca rabos e ginetes. Mas uma cria destas não é habitual”, escreveu a leitora à Wilder.

 

 

Tratar-se-á de um musaranho-de-dentes-brancos (Crocidura russula) ou de um musaranho-de-dentes-brancos-anão (Suncus etruscus).

Espécie identificada e texto por: Joaquim Tapisso, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

É, sem dúvida, um musaranho que está na foto.

Mas a identificação da espécie só com base nesta foto é muito difícil.

No Alentejo ocorrem duas espécies de musaranho, o Crocidura russula e o Suncus etruscus. Indivíduos adultos das duas espécies são fáceis de distinguir pois o Suncus etruscus é uma das espécies de mamífero terrestre mais pequenas do mundo. O seu peso médio ronda as duas gramas.

Um C. russula adulto é relativamente maior, com um peso médio entre as 7 e 8 gramas.

O problema na distinção ocorre quando existe também a possibilidade de se tratar de um juvenil C. russula.

O facto de a orelha estar danificada também não ajuda.

Neste caso resta deixar em aberto as duas opções. O mais provável é ser uma cria de musaranho-de-dentes-brancos (Crocidura russula), mas também poderá ser um indivíduo adulto de Suncus etruscus, Musaranho-de-dentes-brancos-anão.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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