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Que espécie é esta: murta

29.12.2021

A leitora Inês Guimarães fotografou esta planta no Cerro dos Negros, Querença, a 24 de Dezembro, e pediu ajuda na identificação. Carine Azevedo responde.

“Vimos esta planta no Cerro dos Negros (Querença). Abrimos o fruto e cheirava a mirtilo, o interior era branco. Serão mirtilos selvagens?”, perguntou a leitora à Wilder.

Tratar-se-á de uma murta (Myrtus communis).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta das fotografias parece ser uma murta (Myrtus communis), uma espécie da família Myrtaceae, nativa da Europa, amplamente presente em Portugal, sobretudo nas regiões do centro e sul do país.

A murta é conhecida pelas suas flores, geralmente brancas e perfumadas, e pelas suas folhas lustrosas e aromáticas, que quando pisadas, libertam um aroma semelhante ao da flor de laranjeira. 

As suas bagas carnudas, azul-escuras, por vezes cobertas por um pó esbranquiçado, também elas bastante aromáticas, são conhecidas como mastruços ou murtinhos e amadurecem a partir do final do verão, mantendo-se na planta por muito tempo. As bagas são comestíveis e apresentam um sabor amargo e resinoso. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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