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Que espécie é esta: lebre-do-mar

24.09.2019

O leitor Hugo Alberto Rodrigues fotografou este animal a 30 de Maio na Prainha do Ti João, na Baía do Seixal, e pediu ajuda na identificação. Gonçalo Calado responde.

As fotografias foram tiradas quando a maré estava a encher, explicou o leitor à Wilder.

Trata-se de uma lebre-do-mar ou vinagreira (Aplysia fasciata).

Espécie identificada por: Gonçalo Calado, biólogo e investigador associado do Instituto Português de Malacologia (IPM).

A lesma do mar em questão pertence à espécie Aplysia fasciata, a maior e a mais comum das quatro espécies do género Aplysia (também chamadas lebres-do-mar) que ocorrem em Portugal continental. As outras são a Aplysia punctataAplysia depilans e a Aplysia parvula.

Segundo Gonçalo Calado, as lebres-do-mar “são herbívoras estritas. Alimentam-se de algas e é aí que se costumam encontrar com mais frequência”.

Nos últimos anos têm sido utilizadas como modelos laboratoriais em estudos na área das neurociências.

No geral, estima-se que existam cerca de 250 espécies de lesmas do mar registadas em Portugal Continental. Na Madeira esse número rondará as 112 e nos Açores, 133, segundo este investigador.

Recorde aqui a outra lebre-do-mar ou vinagreira que outro leitor da Wilder observou, desta vez no rio Tejo, perto da Ponte Vasco da Gama, em Dezembro de 2017.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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