O leitor João Bandeira Costa fotografou estes animais a 25 de Agosto em Mesão Frio e quis saber qual a espécie a que pertence. João Medeiros responde.
“Em 30 anos deste tanque de rega do quintal, na freguesia de Barqueiros do Douro, com os habituais girinos e salamandras pretas e amarelas, foi a primeira vez neste ano de 2023 que avistei à superfície este tipo de ‘larvas’ que se movem lentamente impulsionando o corpo tipo cobra. Como a rega faz baixar o nível do tanque, elas tendem a subir as paredes rugosas do granito. Será que as devo ajudar a virem para o exterior? Quererão ir para a terra?”, perguntou o leitor à Wilder.
Tratam-se de larvas da Ordem Diptera.
Espécie identificada e texto por: João Paulo da Silva Medeiros, investigador do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE ULisboa – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa).
As larvas da foto são claramente da Ordem Diptera (grupo do qual fazem parte as moscas, por exemplo).
Pelo que consigo perceber da imagem, nomeadamente da larva mais à direita, serão da família Ptychopteridae, provavelmente do género Ptychoptera. Poria a hipótese de serem da família Syrphidae, mas estas últimas normalmente são menos esguias e, portanto, mais para o gorducho e sem cápsula cefálica.
A larva da direita, no contraste de cores, parece-me ter cápsula cefálica e um sifão respiratório na parte posterior.
Estas larvas movem-se como as “cobras” porque não têm pseudópodes, mas sim uma espécie de pequenas estruturas locomotoras.
E não, não me parece que queiram ir para terra (são aquáticas enquanto larvas e pupa); provavelmente estarão à procura de um refúgio húmido na rocha, onde certamente haverá água suficiente para se instalarem.
Agora é a sua vez.
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