Helena Geraldes
Um grupo de alunos do Colégio Militar, em Lisboa, fotografou esta árvore em Fevereiro no espaço escolar e quer saber qual é a espécie. Carine Azevedo responde.
Trata-se de uma ginkgo (Ginkgo biloba).
Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.
A ginkgo (Ginkgo biloba) – também conhecida por árvore-de-quarenta dinheiros, nogueira-do-japão ou pé-de-pato – é a única espécie da família Ginkgoaceae.
É uma espécie nativa da China, único local do mundo onde ainda existem exemplares em estado selvagem.
É uma árvore de folha caduca que pode atingir até 35 metros de altura, que forma uma copa tendencialmente piramidal, ainda que algo irregular.
As folhas são simples, verdes, em forma de leque e com um pedúnculo longo. Por vezes são bilobadas, ou seja, o limbo encontra-se dividido em duas partes, daí o seu nome “biloba”.
No outono, as folhas tornam-se douradas antes de caírem.
A ginkgo é uma espécie dioica – apresenta flores unissexuadas, femininas e masculinas em indivíduos diferentes.
A floração ocorre entre março e abril. As flores surgem em amentilhos amarelas, geralmente antes da formação das folhas e não possuem grande valor ornamental.
O fruto é, na realidade, um falso fruto, semelhante a uma noz, rodeada de uma polpa carnuda. Possui uma forma arredondada e é de cor branco-azulada, na fase inicial de formação, a amarelo-acastanhado na maturação.
Esta noz surge apenas nos exemplares femininos, sobre longos pedúnculos, individualmente ou em pares e liberta um odor bastante desagradável (cheiro a manteiga rançosa).
Esta árvore notável é uma das espécies mais antigas na Terra e é conhecida como um “fóssil vivo”, pois é o único sobrevivente de um antigo grupo de árvores que remontam ao tempo dos dinossauros.
A ginkgo foi a única espécie que resistiu à explosão de Hiroshima, em 1945. Ainda hoje, é possível ver alguns desses exemplares vivos.
É uma planta muito utilizada pelas suas propriedades medicinais.
Agora é a sua vez.
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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.
