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Que espécie é esta: gaiola-de-bruxa

29.12.2020

A leitora Rafaella Magalhães fotografou este cogumelo no Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, em Dezembro, e pediu ajuda para saber a espécie. A associação Ecofungos responde. 

“Nestes tempos de pandemia, quando o sol de verão já se foi, descobrimos um programa para a família! Muitas vezes não é fácil tirá-los de casa mas insistimos e quando chegam na Floresta Encantada do Monsanto adoram. Os meninos (que já são adolescentes) seguem na frente com o pai em busca dos cogumelos mais interessantes para eu fotografar. Estendo a capa de chuva na relva, monto tripé e lá se vai uma hora enquanto eles correm pelo mato”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se da gaiola-de-bruxa (Clathrus ruber).

Espécie identificada e texto por:  Ecofungos – Associação Micológica.

Esta é uma espécie particularmente interessante de fungo. É uma espécie saprófita, da família Phallaceae.

Surge com frequência no solo, em grupos ou isolado, sobre matéria orgânica em decomposição.

A frutificação inicia-se com o aparecimento de um “ovo” gelatinoso, que na maturação rompe e deixa a descoberto uma pseudo-gaiola vermelha. O ovo gelatinoso permite a disponibilização de humidade ao fruto, mantendo-o fresco mais tempo.

Esta rede vermelha mimetiza a carne em putrefacção, quer pela cor, quer pelo cheiro nauseabundo que exala, a fim de atrair insectos necrófagos. Na fase final de maturação, abre e acaba por se liquefazer no solo.

Essa estratégia permite que os insectos que aqui se banqueteiam contribuam para a dispersão dos esporos desta espécie.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie-nos para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.


Já que está aqui…

Apoie o projecto de jornalismo de natureza da Wilder com o calendário para 2021 dedicado às aves selvagens dos nossos jardins.

Com a ajuda das ilustrações de Marco Nunes Correia, poderá identificar as aves mais comuns nos jardins portugueses. O calendário Wilder de 2021 tem assinalados os dias mais importantes para a natureza e biodiversidade, em Portugal e no mundo. É impresso na vila da Benedita, no centro do país, em papel reciclado.

Marco Nunes Correia é ilustrador científico, especializado no desenho de aves. Tem em mãos dois guias de aves selvagens e é professor de desenho e ilustração.

O calendário pode ser encomendado aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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