O leitor João Pereira encontrou este gafanhoto no seu jardim em Torres Vedras, a 5 de Março e quis saber mais sobre ele. Eva Monteiro responde.
“Este gafanhoto do egipto tem estado num vaso no meu jardim (Torres Vedras) desde novembro do ano passado (creio que em estado de hibernação pois nunca o vi comer e está quase sempre no mesmo sítio)”, escreveu o leitor à Wilder.
“Pelo tamanho (deverá ter cerca de 7 ou 8 cm de comprimento) julgo que seja uma fêmea. Há possibilidade de confirmar se de facto de trata de uma fêmea apenas pelo tamanho ou existe mais alguma outra característica que diferencie os machos das fêmeas?”
Trata-se de um gafanhoto-do-Egipto (Anacridium aegyptium).
Espécie identificada e texto por: Eva Monteiro, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
Este é o hibernante mais habitual desta rúbrica 🙂 , o gafanhoto-do-Egipto (Anacridium aegyptium).
É verdade, é uma fêmea!
Além do tamanho, dá para ver, embora mal nesta foto, as valvas do ovipositor no final do abdómen. O ovipositor é a estrutura que as fêmeas dos insectos usam para pôr os ovos.
Embora as fêmeas dos gafanhotos não tenham um ovipositor muito visível, como acontece nos grilos ou nos saltões, é possível, com algum treino, distinguir esta estrutura no final do abdómen e assim saber que são fêmeas…
Esta é uma foto onde se assinala o ovipositor de uma fêmea de gafanhoto-do-Egipto:
Esta é a maior espécie de gafanhoto português, que se distingue pelo tamanho, olhos riscados e pronoto (zona atrás da cabeça) mais ou menos em forma de telhado.
É também um dos maiores gafanhotos europeus. Os machos adultos podem medir entre 30 e 56 milímetros e as fêmeas entre 46 e 70 milímetros.
De facto, é uma espécie que hiberna no estado adulto, por isso está preparada para suportar o frio dos nossos invernos.
Agora é a sua vez.
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