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Que espécie é esta: erva-toira-denegrida

06.04.2021

A leitora Mafalda Veiga fotografou esta planta a 10 de Março perto do Forte de Oitavos, Cascais, e pediu para saber a espécie. Carine Azevedo responde.

“Fotografei esta planta junto à estrada marginal, perto do Forte de Oitavos. Achei curioso não ter folhas aparentes”, escreveu a leitora à Wilder. 

Trata-se da erva-toira-denegredida (Orobanche foetida).

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A estrutura floral que se vê nas fotografias é de erva-toira-denegredida (Orobanche foetida), espécie da família Orobanchaceae.

É uma planta perene que surge anualmente durante a primavera, que pode atingir cerca de 70 cm de altura. 

Possui um caule robusto e flores dispostas em espiga, de cor púrpura-escura, bastante pubescestes.

Esta é uma planta parasita de outras espécies vegetais, incapaz de sobreviver sem uma planta hospedeira. A erva-toira-denegrida não possui clorofila pelo que se alimenta através das raízes das plantas vizinhas hospedeiras.

É uma espécie nativa em Portugal Continental, que pode ser vista de forma dispersa por todo território, sendo mais comum em zonas de matos, prados, pastagens, baldios ou terrenos incultos e em solos arenosos. Também surge em terrenos de cultivo onde pode provocar graves danos em algumas culturas agrícolas (Ex. girassol, tomate, grão-de-bico, fava e ervilha), uma vez que pode formar densos povoamentos, sobretudo em zonas próximas do litoral. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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