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Que espécie é esta: Coleus amboinicus e Coleus caninus

27.09.2022

O leitor Carlos Carvalho fotografou estas plantas a 17 de Setembro em Montreal, Canadá, e pediu para saber a que espécie pertencem. Carine Azevedo responde.

“Gostaria de identificar estas duas plantas que me foram doadas como boldo da terra (folhas maiores) e boldo chileno (folhas menores)”, escreveu o leitor à Wilder. “Existe algum problema no consumo dessas plantas para chá e/ou alimentação?”

Tratar-se-ão de um Coleus amboinicus e de um Coleus caninus.

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

Embora não muito comuns em Portugal não são difíceis de identificar, embora haja sempre pequenas dúvidas, por não ter nas mãos um conjunto de elementos cruciais.

As duas plantas são espécies do género Coleus, da família Lamiaceae.

Tudo indica que se tratam, respetivamente, de um Coleus amboinicus e de um Coleus caninus.

Coleus amboinicus, sinónimo de Plectranthus amboinicus, é uma espécie nativa de África, Península Arábica e Índia.

É uma planta perene, de caules e folhas carnudas, agradavelmente aromáticos, com sabor e odor refrescante, muito próximo ao orégão. Há quem lhe chame de “All herb” por o seu aroma combinar o aroma de diferentes ervas.

As flores surgem numa haste floral curta, são labiadas, de cor rosa ou púrpura-claro.

É utilizada como ornamental, mas também como planta medicinal. O cheiro forte que liberta é usado para tratar a tosse e a congestão nasal, por exemplo. Também pode ser usada como aromática ou especiaria. É usada da mesma forma que o tomilho, para temperar pratos de carne e aves. As folhas frescas podem ser usadas para temperar saladas.

Coleus caninus, sinónimo de Plectranthus caninus, é uma espécie nativa da África Oriental e Austral. 

A principal característica desta planta é que liberta um cheiro desagradável, semelhante a limão, que “repele” alguns pequenos mamíferos, incluindo gatos, cães, coelhos e raposas, sendo por isso conhecida como espanta-gatos.

O aroma libertado é perceptível para os humanos apenas quando as folhas são tocadas ou amassadas.

É uma planta perene, herbácea, com folhas verdes ou verde-acinzentadas, carnudas, ligeiramente peludas e bastante arredondadas, em forma de vieira. 

As flores aparecem na extremidade da haste floral, formando espirais, semelhantes às alfazemas e apresentam uma cor azul-pálida a violeta. 


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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