O leitor Geraldo Correa encontrou esta cobra a 19 de Maio na Ecopista do Dão e pediu ajuda na identificação da espécie. José Carlos Brito responde.
“Deparei-me com uma serpente quando estava a fazer meu treino diário. A serpente quando me viu ficou imóvel e pensei que estava morta, mas quando fui em direção a ela, a mesma entrou rapidamente no mato. Isso aconteceu na Ecopista do Dão, entre Tondela e Santa Comba Dão, bem próximo do rio Dão. Ela tinha provavelmente entre 50cm e 60cm. Não é a primeira vez que encontro serpentes neste caminho e queria saber se é perigosa”, escreveu o leitor à Wilder.
Trata-se de uma cobra rateira (Malpolon monspessulanus).
Espécie identificada por: José Carlos Brito, especialista em répteis no BIOPOLIS-CIBIO.
“A fotografia não é perfeita para a identificação mas julgo tratar-se de uma cobra-rateira, Malpolon monspessulanus“, disse José Carlos Brito.
“Esta espécie não é perigosa e quando detectada tende sempre a fugir. No entanto, se capturada ou encurralada, apresenta um comportamento irascível, pelo que é sempre boa opção deixá-la seguir caminho”, acrescentou.
As cobras-rateiras são esverdeadas, com tons castanhos ou cinzas. São animais diurnos e surgem “em qualquer tipo de habitat, desde que possua vegetação e esconderijos”, segundo o guia Anfíbios e Répteis de Portugal (2017).
Tal como o nome comum indica, estas cobras quando são já adultas alimentam-se de ratos e de outros pequenos roedores, lagartixas, crias de aves e também outras cobras, entre outras presas. Quando são ainda juvenis, preferem comer insectos.
Os juvenis são perfeitamente inofensivos para o ser humano. Mas quando atingem tamanhos de adulto podem infligir dentadas dolorosas e com algum veneno que, embora não seja fatal, pode provocar alguns inchaços e mau estar.
Agora é a sua vez.
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