O leitor Luís Brás fotografou este réptil perto de Luz de Tavira a 23 de Abril e pediu ajuda na identificação da espécie. O investigador Luís Ceríaco responde.
“Suponho que seja uma cobra rateira ainda nova, mas não sei nada sobre cobras. Estava na minha janela do quarto, na nossa casa ao pé de luz de Tavira. Afastei-a calmamente até ao terreno”, escreveu o leitor à Wilder.
Trata-se de uma cobra-de-ferradura (Hemorrhois hippocrepis).
Espécie identificada por: Luís Ceríaco, especialista em répteis e investigador do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto.
É uma espécie bastante comum em Portugal. “As cobras-de-ferradura têm bastante mau feitio mas são completamente inofensivas e inócuas para o ser humano!”, garante Luís Ceríaco.
É uma cobra que está activa da Primavera ao Outono. “Aparece em diversos habitats, desde que quentes e pedregosos, chegando a viver nos jardins das cidades”, segundo o guia Anfíbios e Répteis de Portugal (2017). Alimenta-se principalmente de répteis, aves e micromamíferos.
Segundo o Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal (2010), podemos ver esta espécie praticamente em todo o país, menos no Minho, norte de Trás-os-Montes e partes da Beira Litoral. Ocorre também nos arredores da Grande Lisboa, “persistindo facilmente em zonas com forte presença humana”.
Esta espécie não é considerada ameaçada mas algumas populações mais isoladas podem enfrentar problemas. As maiores ameaças à cobra-de-ferradura são a perseguição humana e a morte por atropelamento.
Agora é a sua vez.
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