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Que espécie é esta: centopeia-mediterrânica

25.03.2022

O leitor Tiago Mendonça fotografou este invertebrado a 24 de Abril de 2020 em Azeitão e pediu para saber a espécie. José Manuel Grosso-Silva responde.

“Durante o meu trabalho encontrei esta centopeia que, pela minha pesquisa, parece ser uma Scolopendra cataracta. Contudo, verifiquei no Wikipedia o artigo sobre a espécie, que acredito que seja a mesma e, no entanto, indica que é endémica na região do Sudeste Asiático, mais especificamente na Tailândia e no Laos. Gostaria, então, de saber se a centopeia é, de facto, uma Scolopendra cataracta“, escreveu o leitor à Wilder.

Tratar-se-á de uma centopeia-mediterrânica (Scolopendra cingulata). 

Espécie identificada por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).

“Esta é, provavelmente, a Scolopendra cingulata. Na ausência de uma escala na foto não dá para ter a certeza, mas parece-me ser essa a espécie“, explicou José Manuel Grosso-Silva.

A centopeia-mediterrânica pode ser acastanhada, amarelada, alaranjada ou avermelhada. Tem bandas azuis-escuras e 21 pares de patas, amarelas.

Pode medir entre 10 e 15 centímetros e, assim, é a maior centopeia de Portugal.

Alimenta-se de artrópodes e de répteis pequenos.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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