A leitora Ivonete Veiga Coutinho fotografou esta planta em Santa Maria da Feira a 7 de Julho e quis saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.
“Vejo essa planta por todo lado em Santa Maria da Feira, gostaria de saber o seu nome”, escreveu à Wilder.
Trata-se de uma cenoura-brava (Daucus carota).
Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.
As inflorescências observadas na fotografia sugerem pertencer à cenoura-brava (Daucus carota), também conhecida popularmente como salsa-burra, uma espécie pertencente à família Apiaceae.
Esta planta, nativa da Europa e sudoeste da Ásia, encontra-se de forma espontânea por todo o território continental e ilhas de Portugal, prosperando naturalmente em terrenos cultivados, incultos e na berma de caminhos.
Trata-se de uma planta herbácea bienal que pode atingir entre 20 a 80 cm de altura, exibindo uma estrutura ereta revestida por pêlos densos e delicados. As suas folhas são profundamente recortadas, suaves ao toque e quando esmagadas exalam um aroma característico a cenouras frescas.
A inflorescência, em forma de umbela terminal, semelhante a um chapéu-de-chuva, é composta por numerosas flores brancas na periferia e uma flor central de cor púrpura. A época de floração estende-se de março a setembro.
Ao contrário da cenoura cultivada (Daucus carota subsp. sativus), a raiz da cenoura-brava não é comestível, pois torna-se extremamente lenhosa. No entanto, as flores, folhas e sementes, devidamente preparadas, podem ser ingeridas.
Do ponto de vista medicinal, a cenoura-brava compartilha as propriedades benéficas da sua congénere cultivada. Quando preparada em cataplasma, a cenoura-brava é antianémica, antidiarréica, anti-séptica, cicatrizante, diurética, estimulante e tónica.
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Agora é a sua vez.
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